Economia

Confira as novas projeções do mercado financeiro para o Brasil em 2023

As projeções de analistas do mercado financeiro estão cada vez mais otimistas em relação ao desempenho da atividade econômica brasileira em 2023. No início do ano, as incertezas dominavam o cenário, mas isso mudou há cerca de dois meses, e as novas projeções para a inflação e a economia do Brasil ficaram mais positivas.

De acordo com o relatório Focus, que traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, a inflação no Brasil deverá ficar em 4,90% neste ano.

A taxa recuou levemente em relação à semana anterior (4,95%), nona queda nas últimas dez semanas. Aliás, essa é apenas a terceira vez em 2023 que as estimativas dos analistas indicaram uma taxa inflacionária menor que 5,00%.

A propósito, o termo inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços. Em resumo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) coleta as variações dos preços e as divulgada mensalmente. E o mercado fica atento a esses dados para atualizar as previsões.

Projeções começaram a melhorar em maio

A desaceleração na inflação nos últimos meses deu confiança aos analistas para reduzirem as projeções em reação a 2023. Isso aconteceu com mais intensidade desde a entrada em vigor da nova política de preços da Petrobras, que surpreendeu parte do mercado.

Em 16 de maio, a companhia anunciou a mudança em sua política de preços. Além disso, a Petrobras também anunciou a redução dos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no mesmo dia. Segundo a companhia, os reajustes estavam ocorrendo devido à mudança da política de preços.

Em meados de junho, a Petrobras promoveu mais uma redução no preço da gasolina, dessa vez de 4,3%. Já no dia 1º de julho, a Petrobras reajustou novamente o valor da gasolina, em 5,3%, e reduziu o valor do gás de cozinha em 3,9%.

Todos esses reajustes ajudaram os analistas a reduzirem as suas projeções para a inflação, uma vez que os combustíveis exercem um grande impacto na taxa inflacionária do país. Como a expectativa é de queda nos preços, a inflação também deve perder força no Brasil.

O Banco Central (BC), responsável pelo relatório Focus, divulgou as novas estimativas dos analistas nesta terça-feira (25). Cabe salientar que, mesmo com a desaceleração, as projeções para a inflação continuam acima da meta para este ano. No entanto, a taxa nunca havia chegado tão perto da inflação quanto dessa vez.

Inflação mais baixa fortalece crescimento da economia brasileira. (Imagem: Shutterstock).

O que é meta de inflação?

Em suma, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:

  • Maior tranquilidade para investir no Brasil;
  • Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
  • Redução da concentração de renda;
  • Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.

Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.

Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,75% e 4,75%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,25%.

Como visto no relatório Focus, os analistas ainda não acreditam que o Brasil cumprirá a meta, apesar das recentes reduções. Caso isso realmente aconteça, a inflação irá estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo, ou seja, os preços de produtos e serviços vão subir mais do que deveriam mais uma vez.

A saber, o Conselho Monetário Nacional, que define a mata inflacionária do país, é composto por:

Estimativas para o PIB brasileiro

O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nesta semana, o mercado manteve estáveis as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, em 2,24%.

A decisão da Petrobras não ajudou apenas a controlar a inflação do país, mas também a impulsionar as estimativas para o PIB brasileiro em 2023. Ainda assim, o crescimento do PIB do Brasil deverá ser menor que o registrado no ano passado.

Para 2024, as projeções também se mantiveram estáveis, em 1,30%. Em síntese, o PIB brasileiro deverá crescer com menos intensidade em 2023 e 2024, em relação aos últimos anos, por causa dos impactos provocados pela pandemia da covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, cujos desafios ainda são presentes em todo o mundo.

Por fim, os analistas mantiveram estáveis as estimativas para a taxa Selic, em 12,00% neste ano. Já para 2024, os juros deverão encerrar o ano em 9,50%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros, reduzindo o poder do consumidor.