O governo federal retirou da lista de privatizações duas empresas estatais importantes para quem deseja ocupar uma vaga na carreira pública.
Tanto os Correios, quanto a Dataprev não serão mais privatizadas. O anúncio foi dado em decreto pelo executivo federal na última quinta-feira, 06 de abril.
Ao todo, sete estatais foram retiradas do Programa Nacional de Desestatização (PND). São elas:
- Correios – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT);
- Empresa Brasil de Comunicação (EBC);
- Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev);
- Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep);
- Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro);
- Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. (ABGF);
- Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A. (Ceitec).
A exclusão das empresas estatais da lista de privatizações faz com que cresça a expectativa em torno de novos concursos públicos, uma vez que todas elas estão sem realizar seleções há algum tempo.
Os Correios, por exemplo, teve seu último concurso realizado em 2011. Na época, foram oferecidas 9 mil vagas para cargos de nível médio e superior em diferentes áreas.
O Cebraspe, banca organizadora do certame, registrou mais de 1 milhão de inscritos.
A estatal oferece salários que variam de R$ 2.179,25, para cargos de Técnico (nível médio), e R$ 6.333,54, para cargos de Analista (nível superior).
Contudo, com o plano de carreira, os salários podem chegar a R$ 11.527,80 (nível médio) e de R$ 25.126,53 (nível superior).
Já o último concurso Dataprev teve sua última seleção realizada em 2016 com resultados homologados em 2017. Na ocasião foram oferecidas vagas para formação de cadastro reserva, onde mais de 30 mil candidatos se inscreveram.
Contudo, o concurso chegou a ser prorrogado duas vezes – 2019 e 2020. Em 2021, por determinação judicial, a seleção foi novamente prorrogada estendendo o período de validade até maio de 2022.
As vagas contemplaram candidatos com nível médio (auxiliar de enfermagem, técnico de segurança do trabalho) e superior (analista diversas áreas, engenheiro de segurança do trabalho e médico).
“Na prática, a resolução assinada pela ministra da Gestão Esther Dweck e pelo presidente do Conselho do PPI, Rui Costa, pede a retirada da Dataprev da lista de privatizações do governo anterior, o que reforça o papel estratégico da empresa para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a publicação, o documento será enviado para aprovação do presidente”, informou o Governo Federal em nota.
A Dataprev é uma empresa estatal ligada diretamente ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, sob o comando da Ministra Esther Dweck.
A ministra ainda reforçou a importância de manter empresas públicas de tecnologia para segurar os dados e informações dos cidadões. “É cada vez mais clara a importância das empresas públicas de tecnologia da informação como guardiãs dos dados dos cidadãos e como apoiadoras na execução de políticas públicas. Por isso, eu e o ministro Rui Costa solicitamos ao presidente Lula a retirada da Dataprev da lista de privatizações, em que foi colocada na gestão passada. Vamos apoiar a Dataprev para que se mantenha forte e com mais capacidade para evitar todos os efeitos que aconteceram neste período de maior desmonte. Estaremos juntos neste desafio de continuar a transformação digital com o objetivo principal de ter uma sociedade mais justa, com mais inclusão digital”, disse.
Ministra autoriza pacote de concursos federais para 2023
Um pacote de concursos federais está previsto para ser autorizado nesta segunda-feira, 10 de abril, de acordo com a ministra de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
O anúncio foi feito durante entrevista aos veículos de imprensa do grupo EBC (Empresa Brasil de Comunicação).
A data foi escolhida para marcar os cem primeiros dias do governo do presidente Lula. Segundo a ministra, já existe orçamento previsto para realização dos concursos, mas serão priorizados aqueles com maior déficit de pessoal.
“Várias áreas estão com dificuldade. Foi um período de muito desmonte, praticamente sem nenhum concurso”, disse a ministra em entrevista.
Em fevereiro deste ano, Esther mencionou órgãos federais com carência de servidores, como o IBGE e o Banco Central, e, portanto, a necessidade de novos certames.
“Desde que eu estava aqui [no governo Dilma Rousseff], eu já acompanhava áreas que tinham muita gente em abono de permanência, com risco de aposentadoria, e a reforma da Previdência em 2019 acelerou. Áreas que já estavam com risco muito grande, com 30% da folha podiam se aposentar. [Como] IBGE e Banco Central, mas tem outras também”, informou.
Ainda de acordo com a ministra até o final de 2023 podem ser autorizados três pacotes de concursos federais, incluindo esse primeiro anunciado durante entrevista.
Veja a lista de órgãos que possivelmente serão contemplados pelo pacote de concursos do governo federal clicando aqui.