Recentemente, o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Celso Pereira Cardoso Júnior, divulgou informações sobre o Concurso Nacional Unificado (CNU).
Assim, em entrevista na última quarta-feira, 11 de outubro, o membro da pasta confirmou alguns dados do certame. Desse modo, já é possível afirmar que o novo modelo avaliativo contará com a publicação de um edital por cada bloco temático.
“Ao invés de fazer um edital gigante de 1.000 páginas, é melhor e mais didático ter editais por blocos. Para os candidatos se orientarem e até mesmo tomarem decisão sobre qual bloco querem concorrer”, detalhou o secretário.
A expectativa, então, é de que o Concurso Nacional Unificado conte com a oferta de 6.460 oportunidades nos seguintes blocos:
- Administração e Finanças Públicas;
- Setores Econômico, Infraestrutura e Regulação;
- Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário;
- Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação;
- Políticas Sociais; Justiça e Saúde;
- Trabalho e Previdência;
- Dados, Tecnologia e Informação Pública;
- Nível médio.
Dessa forma, ocorreria a publicação de oito editais. Contudo, o formato dos blocos e da divisão das vagas e funções ainda vem passando por análise da organização do concurso.
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Portanto, segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, é possível até que ocorra a adição de novos blocos temáticos na avaliação.
Como será a seleção de blocos?
De acordo com José Celso, ao efetuar sua inscrição, cada candidato deverá, inicialmente, selecionar quais são os blocos de seu interesse. Então, este deve indicar a função que deseja concorrer, seguindo uma ordem de preferência, entre as vagas do bloco que escolheu.
“Bloco temático é a área governamental ou a área de atuação programática do governo. Cada bloco vai ter entre 500 até 1.000 vagas. Uma mesma pessoa poderá se inscrever para essas centenas de vagas em um mesmo bloco pagando uma única taxa de inscrição”, pontuou o secretário.
Além disso, o membro da pasta também destacou que todos os cargos do setor administrativo, por exemplo, deverão estar em um mesmo grupo.
“Isso vai facilitar a homogeneização do bloco e a questão da especificidade das provas”, relatou.
Como funciona o Concurso Nacional Unificado?
Primeiramente, é importante lembrar que o Concurso Nacional Unificado é uma nova medida do Governo Federal para reunir todos os editais com autorização neste ano de 2023.
Assim, o objetivo da ação é ter somente um dia de provas com a aplicação simultânea em 180 cidades de todo o Brasil.
Dessa maneira, a gestão federal espera facilitar o acesso a vagas do setor público, já que as avaliações serão em diversas cidades do país.
Ademais, por meio do Concurso Nacional Unificado, um candidato poderá concorrer a oportunidades para mais de uma função, mediante somente ao pagamento de uma taxa de inscrição.
De acordo com o secretário do MGI, portanto, o modelo conta com dois objetivos principais:
- Aumentar o acesso ao serviço público; e
- Buscar um perfil profissional mais diversificado dos candidatos aprovados.
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Assim, o novo tipo de concurso poderá ter impactos positivos.
Quais os próximos passos?
A expectativa é de que uma banca organizadora seja contratada ao longo do próximo mês. Assim, a empresa ficará responsável, por exemplo, pelas inscrições, aplicação das etapas avaliativas e divulgação dos resultados finais do processo seletivo.
Então, de acordo com o MGI, os passos do concurso serão:
- Publicação do edital: 20 de dezembro de 2023;
- Aplicação das provas: até março de 2024;
- Resultado final da etapa unificada: até maio de 2024;
- Cursos de formação, quando cabível: até julho de 2024;
- Posse dos novos servidores: até agosto de 2024.
CNU já conta com mais de 6 mil vagas
A adesão de órgãos e autarquias do Governo Federal ocorreu de forma voluntária. Desse modo, todas as instituições que tiveram vagas liberadas pelo MGI puderam escolher se iriam ou não aderir ao novo formato.
Conforme o regulamento, portanto, o concurso irá contar, ao todo, com a oferta de 6.640 vagas, sendo as oportunidades para funções de nível médio e superior.
Alguns dos órgãos que participarão do Concurso Nacional Unificado são, por exemplo:
- Advocacia Geral da União: 400 vagas;
- Agência Nacional de Energia Elétrica: 40 vagas;
- Agência Nacional de Saúde Suplementar: 35 vagas;
- Agência Nacional de Transportes Aquaviários: 30 vagas;
- Fundação Nacional dos Povos Indígenas: 502 vagas;
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: 895 vagas;
- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária: 742 vagas;
- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira: 50 vagas.
- Instituto Nacional de Meteorologia: 80 vagas;
- Ministério da Agricultura e Pecuária: 440 vagas;
- Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: 296 vagas;
- Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania: 40 vagas;
- Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços: 110 vagas;
- Ministério da Educação: 70 vagas para ATPS;
- Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e carreiras transversais: 1.480 vagas;
- Ministério da Cultura: 50 vagas;
- Ministério da Saúde: 220 vagas;
- Ministério da Justiça e Segurança Pública: 130 vagas;
- Ministério dos Povos Indígenas: 30 vagas;
- Ministério do Planejamento e Orçamento: 60 vagas;
- Ministério do Trabalho e Emprego: 900 vagas;
- Superintendência Nacional de Previdência Complementar: 40 vagas.
Outros órgãos podem entrar no CNU
Além dos órgãos acima, a Defensoria Pública da União (DPU) também demonstrou interesse em aderir ao formato, ofertando vagas para o posto de técnico e analista.
Contudo, José Celso, destacou que, apesar das avaliações acontecerem em todas as regiões do país, nem todas as vagas publicadas são regionais.
“Tem órgãos que têm lugares de exercício que são fora de Brasília, como a Funai. Se isso já está claro para o órgão, isso já estará no edital”, explicou o secretário.
Ademais,o secretário de Gestão de Pessoas do MGI, a intenção do Governo Federal é realizar uma nova edição do Concurso Nacional Unificado, pelo menos, a cada dois anos.
“A ideia é poder organizar um outro certame nesses mesmos moldes”, disse.
Portanto, segundo José Celso, o objetivo é de que o CNU seja o modelo dominante de seleção pública no Brasil.
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“Penso que no futuro a gente vai conseguir ter concursos nacionais unificados de dois em dois anos para montar um cadastro/banco de aprovados, independentemente de ter orçamento ou vagas autorizadas. À medida que o órgão vai precisando de vagas, elas vão sendo puxadas desse cadastro”, concluiu.