Os candidatos aprovados no recente concurso dos Correios, homologado em abril de 2025, terão que aguardar mais tempo pela convocação. A direção da estatal anunciou que as chamadas para os cargos de nível médio e superior, ofertados no concurso de 2024, devem ocorrer somente ao longo de 2027.
As informações foram divulgadas pelo portal O Globo e apontam que a medida, que afeta milhares de aprovados, faz parte de uma estratégia mais ampla da empresa para enfrentar uma grave situação financeira. Saiba mais!
Plano de reestruturação é o motivo central do adiamento
A decisão de postergar as convocações está diretamente ligada ao plano de reestruturação que a nova gestão dos Correios, sob o comando de Emmanoel Rondon, está implementando. A estatal enfrenta uma crise financeira sem precedentes, com um prejuízo reportado de R$ 4,37 bilhões. O objetivo principal do plano é estabilizar as contas da empresa antes de expandir o quadro de funcionários.
Entre as principais ações previstas no plano estão:
- Novo Plano de Demissão Voluntária (PDV): A meta é desligar até 10 mil empregados para reduzir a folha de pagamento. A adesão será focada em setores com ociosidade diagnosticada.
- Corte de despesas: Fechamento de aproximadamente mil agências e unidades logísticas em todo o país.
- Busca por capital: A empresa tenta levantar cerca de R$ 10 bilhões em empréstimos para regularizar dívidas e fechar as contas do ano.
- Novas fontes de Receita: Ampliação do portfólio de serviços através de parcerias estratégicas com o setor privado.

Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Prazos de validade do concurso pressionam a decisão
Apesar da projeção para 2027, a direção dos Correios terá que lidar com os prazos legais de validade dos certames. A não convocação dos aprovados dentro desses períodos pode gerar implicações jurídicas para a estatal. Os prazos são distintos para cada área:
- Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT): O concurso tem validade até novembro de 2026. Como o prazo já foi prorrogado, não há possibilidade de uma nova extensão. Portanto, as chamadas para estas 33 vagas imediatas devem ocorrer, no máximo, no próximo ano.
- Área Operacional (Carteiro e Analista): A validade do certame vai até abril de 2026, podendo ser prorrogada por mais um ano, estendendo-se até abril de 2027. Isso dá à empresa uma margem maior, mas ainda assim limitada, para iniciar as convocações das 3.511 vagas.
Contexto do certame e a posição do governo
O concurso público foi realizado em 2024, durante a gestão anterior de Fabiano dos Santos. O certame ocorreu após um PDV que teve adesão abaixo da meta, o que não foi suficiente para frear o aumento das despesas. A troca na presidência, com a chegada de Rondon em setembro, marcou a mudança de estratégia para um plano de recuperação mais robusto.
Em entrevista ao Globo News, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a complexidade da situação. Ele destacou que parte do problema financeiro dos Correios deriva da obrigação de manter o serviço postal universal, cobrindo localidades remotas e menos lucrativas, enquanto concorrentes privados focam apenas nos segmentos mais rentáveis. Haddad, no entanto, descartou que haja qualquer debate no governo sobre uma possível privatização da empresa no momento.
Enquanto as convocações estão em espera, a possibilidade de um novo certame, especialmente para o cargo de atendente comercial, que ficou de fora da última seleção, foi adiada indefinidamente.
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Perguntas frequentes
1. O adiamento afeta todos os cargos do concurso de 2024?
Sim, a previsão de adiamento para 2027 abrange tanto os cargos de nível médio (carteiro) quanto os de nível superior (analista) e da área de SESMT, embora este último tenha um prazo de validade mais curto.
2. Os aprovados podem tomar alguma medida legal contra o adiamento?
Candidatos aprovados dentro do número de vagas têm direito subjetivo à nomeação dentro do prazo de validade do concurso. Medidas legais podem ser consideradas caso esse prazo expire sem a convocação.
3. Por que os Correios realizaram um concurso se já estavam em crise?
O concurso foi planejado e executado pela gestão anterior para repor o quadro de funcionários após um PDV. A nova diretoria, ao assumir, reavaliou a saúde financeira e optou por priorizar a reestruturação antes de novas contratações.
4. A crise financeira pode levar à privatização dos Correios no futuro?
Segundo o atual Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não há discussões sobre a privatização da estatal no governo neste momento.





