A concordância verbal é muito cobrada em provas de vestibular, de concurso público, assim como no ENEM.
Explicando de forma bem básica, esse é um campo da língua que estuda a relação entre o verbo e o sujeito.
Para você entender melhor a respeito e não cometer qualquer erro tanto na prova de Língua Portuguesa e Linguagens, quanto da redação, fique de olho nas explicações práticas que daremos a seguir.
Sujeito simples
Nesse caso, o verbo da frase deverá concordar com o sujeito, estando ele no singular ou no plural. Também vale dizer que o sujeito simples pode aparecer antes ou depois do verbo.
Dito isso, existem cinco pontos de atenção:
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Coletivo
A concordância verbal acontece com o verbo acompanhando o número do substantivo coletivo.
Por exemplo: A manada comeu todo o pasto.
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Expressão partitiva
O sujeito, nesse caso, pode ser coletivo ou uma expressão partitiva seguida de especificador, o verbo pode ser colocado tanto no singular quanto no plural.
Por exemplo:
Grande parte das pessoas comprou máscaras em farmácias.
Veja que o verbo “comprou” está no singular e combinar com a expressão partitiva “grande parte”
Grande parte das pessoas compraram máscaras em farmácias.
Veja agora o verbo no plural combinando com o especificador “pessoas”, também no plural.
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Pronome de tratamento
O verbo deve ficar na terceira pessoa concordando com o sujeito.
Por exemplo: Vossa excelência fez um pronunciamento.
Não é usado o verbo na segunda pessoa, mas sim, na terceira pessoa mesmo.
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Pronome relativo “que”
O verbo concorda com o antecedente do pronome relativo.
Por exemplo: Eu que escrevi a carta
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Pronome relativo “quem”
O verbo concorda com o próprio o pronome relativo ou com o pronome pessoal.
Por exemplo:
Fui eu quem escreveu a carta
Fui eu quem escrevi a carta
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Nomes no plural, sem artigo
O verbo fica no singular, por exemplo:
Emirados Árabes é uma nação do Oriente Médio.
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Nomes no plural, com artigo
Com artigo o verbo flexiona-se no plural, por exemplo:
Os Emirados Árabes são uma nação do Oriente Médio.
Sujeito composto
Atente-se à posição do sujeito composto para usar a concordância certa.
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Sujeito posposto
Concorda-se com a totalidade do sujeito composto.
Por exemplo: Viajaremos eu e Sandra para o interior de São Paulo.
Ou, no caso de concordância atrativa, concorda-se com o núcleo mais próximo.
Por exemplo: Viajarei eu e Sandra para o interior de São Paulo.
“Eu” é o núcleo mais próximo e o verbo está concordando com ele.
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Sinônimos ou semelhantes
A concordância pode ser lógica com a totalidade ou atrativa. Ou seja, podem ser usadas as duas formas.
Por exemplo:
A paz e a serenidade é a coisa que mais desejo.
A paz e a serenidade são as coisas que mais desejo.
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Gradação entre os núcleos do sujeito composto
Usa-se a concordância lógica ou a atrativa.
Por exemplo:
Uma garoa, uma chuva, uma tempestade não estragam o meu dia.
Uma garoa, uma chuva, uma tempestade não estraga o meu dia.
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Elementos coesivos
Conjunção “e”, o verbo concorda com a totalidade do sujeito composto:
Marcos e Roberto estão vendo televisão.
Expressões “um e outro” ou “nem um nem outro”, o verbo pode ser flexionado no singular e no plural:
Vi que nem um nem outro chegaram.
Vi que nem um nem outro chegou.
Quando os sujeitos são ligados por “ou” e “nem”, concorda-se com a totalidade:
O professor ou o diretor podem assinar a advertência.
Atenção: Mas quando “ou” tiver sentido de exclusão, concorde apenas com um dos núcleos.
Por exemplo:
Marcos ou Roberto acertaria as questões.
Casos especiais
Indicamos que você tenha muita atenção aos casos especiais no uso da concordância verbal. Sempre há pegadinhas relacionadas no ENEM, concursos e vestibulares.
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Verbo ser
Quando o verbo ser unir dois substantivos, um no plural e um no singular, concorde sempre com o substantivo no plural, independente de sua posição.
Por exemplo:
Meus filhos são tudo o que eu tenho na vida.
Tudo o que eu tenho na vida são meus filhos.
Quando ligar com o pronome reto o verbo concorda com o pronome.
Por exemplo:
Eu sou a campeã no jogo.
A campeã no jogo sou eu.
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Verbos impessoais
Verbo “fazer”: quando utilizado no sentido de tempo corrido, deve-se sempre usá-lo no singular.
Por exemplo:
Faz três anos que não vou à praia.
Verbo “haver”: quando for utilizado no sentido de tempo corrido ou de existir, deve-se sempre usá-lo no singular:
Haverá muitas pessoas hoje na festa.
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Partícula “se”
Quando é apassivadora, concorda-se com o sujeito paciente.
Passaram-se os anos.
Para saber se esse é o uso correto, transforme-a em frase analítica, tal qual abaixo:
Os anos foram passados.
Quando é indeterminadora do sujeito o verbo deve ficar na terceira pessoa do singular:
Precisa-se de voluntários.
Nesse caso, não há como converter a frase para a forma analítica.
E então, gostaram das dicas sobre concordância verbal? Estude todas as regras para se dar bem nas próximas provas!