Uma das provas que formam o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é a prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, composta por 45 questões e aplicada no primeiro dia do exame.
Se você quer se preparar de forma eficiente para o ENEM 2023, é fundamental que você saiba como as questões da prova de Linguagens funcionam. Assim, para te ajudar, o artigo de hoje trouxe um resumo com questões dessa seção do ENEM e a análise de cada uma delas. Confira!
(ENEM – 2020) Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais, chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua exploração.
SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br.
As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para
Para responder essa questão do ENEM 2020, o candidato deveria entender a função das expressões metafóricas dentro do texto proposto. É válido destacar que as figuras de linguagem são um assunto muito cobrado pelas perguntas de Linguagens do ENEM.
A primeira coisa que deveria ser feita para a resolução da questão é a leitura atenta do texto. Depois disso, o candidato deveria buscar entender qual é a intenção do texto ao destacar essas expressões “ouro do século 21”, “elementos do futuro” e “vitaminas da indústria”.
A resposta correta para a questão é a alternativa C. O candidato precisaria perceber que a metáfora, nesse caso, é empregada para realizar uma comparação dos metais com “elementos do futuro” e “vitaminas da indústria”, propondo uma maior valorização dos meios no contexto da reportagem.
(ENEM – 2015) Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti.
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação.
Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo vistoso dos anúncios.
O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda pelas províncias, conferências em diversos pontos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido concurso de professores prudentemente anônimos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas, em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos confins da pátria. Os lugares que não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o pão do espírito.
POMPÉIA, R.O Ateneu.
Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar sobre a inserção social do colégio demarcado pela:
A questão do ENEM 2015 mencionada aborda um dos livros mais importantes da literatura brasileira: “O Ateneu”, de Raul Pompéia.
A leitura prévia da obra naturalista teria facilitado a resolução da questão. Porém, era possível responder a pergunta somente a partir da interpretação do texto oferecido pela prova.
A resposta correta para a questão é a alternativa A. Como pode-se perceber pelo texto, Raul Pompéia retrata uma instituição de ensino em que as vaidades pessoais do diretor são usadas como estratégias publicitárias para promover a notoriedade da escola.
(ENEM – 2020) Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Nessa petição da pitoresca personagem do romance de Lima Barreto, o uso da norma-padrão justifica-se pela
Assim como na questão 2, a leitura da obra “Triste fim de Policarpo Quaresma” poderia facilitar a interpretação do trecho proposto e a resolução da questão.
A resposta correta para a questão é a alternativa A, uma vez que Policarpo Quaresma faz uso da norma padrão da língua portuguesa devido à situação formal em que se encontrava: ele estava fazendo uma solicitação ao Congresso Nacional com base em prerrogativas da Constituição brasileira.