Como identificar o sujeito
Termo que compõe uma frase
O Sujeito é um dos termos essenciais de uma frase. Pode ser classificado em simples, composto, indeterminado, desinencial ou oculto, oracional e inexistente. Sua identificação pode ser feita pela análise sintática.
Esse é um dos assuntos estudados dentro da função sintática, que tem o objetivo de identificar a função de cada elemento que compõe a frase.
Dentre as possibilidades gramaticais, o sujeito pode aparecer com uma das diversas classes gramaticais como substantivos, numerais e pronomes.
O sujeito pode aparecer na frase antes ou depois do predicado, sendo mais comum vir antes. A partir da sua identificação também torna-se possível saber qual termo é o núcleo do sujeito.
Também é comum referir-se ao sujeito na Literatura, por meio do eu-lírico ou sujeito poético.
Como identificar o sujeito
Diante de uma frase, a identificação do sujeito pode ser feita mediante a análise de quem praticou ou sofreu uma ação. Assim, na frase “O leão é uma animal selvagem”, percebe-se que o enunciado diz que algo ou alguém é selvagem. Esse “algo”, que no exemplo é um animal, refere-se ao leão. Com isso, infere-se que “leão” é o sofredor da ação (neste caso, aquele que recebeu a qualidade).
A mesma lógica aplica-se para os exemplos abaixo. Confira:
- Os dinossauros estão extintos. (S. = os dinossauros)
- A criança gosta de mingau. (S. = a criança)
Classificação dos sujeitos
Simples
Classifica-se como sujeito simples quando há, apenas, um núcleo na frase.
Exemplos
- O cachorro foi localizado no parque.
- Minha prima gosta de escrever poemas.
- João comprou duas bolas de basquete.
- A bola de basquete é pesada.
- A ararinha azul está em extinção.
- A criança gosta de comer bem.
- As filhas de Joana gastam muito tempo vendo televisão.
- O filho de André passou no concurso público.
- Os filhos de Francisco ainda são adolescentes.
Composto
Classifica-se assim as orações que têm mais de um núcleo.
Exemplos
- Maria e Madalena são nomes bíblicos.
- Simone e Simaria são cantoras famosas no Brasil.
- Cultura e Educação salvam um país.
- Eu, você e nosso cachorro formamos uma linda família.
Atenção: quando o sujeito composto tiver pessoas gramaticais diferentes a concordância deve seguir as seguintes regras: a 1ª pessoa do plural prevalece sobre a 2ª pessoa, a 2ª sobre a terceira e assim sucessivamente. Quando o sujeito for posposto ao verbo, este concordará com o núcleo mais próximo.
Sujeito oracional
Designa a oração subordinada substantiva subjetiva. Para identificar o sujeito oracional deve-se analisar se a palavra que falta na oração principal é o sofredor da ação.
Exemplos
- Esperamos que você chegue cedo amanhã.
- Será necessário que você compareça presencialmente ao ensaio.
- Convém que não se atrase para a reunião.
Nota: os grifos exercem a função de sujeito oracional da oração principal.
Indeterminado
Quando o sujeito não é identificado na frase ou quando o verbo não refere-se a uma pessoa determinada considera-se que a frase tem um caso de sujeito indeterminado.
A identificação de uma frase desse tipo pode ser feita pela análise do verbo, normalmente na 3ª pessoa do plural sem fazer referência a um agente; na 3º pessoa do singular acompanhados da partícula “se” e no infinitivo impessoal.
Exemplos
- Dizem que haverá greve de ônibus.
- Estão chamando a moça de camisa azul.
- Disseram que a comida daquele restaurante é boa.
- Capturaram o assaltante.
- Disseram que ele foi escolhida para a vaga.
Desinencial (sujeito oculto)
As frases caracterizadas como desinenciais foram, por muito tempo, classificadas como ocultas. Por uma convenção linguística substituiu-se a expressão sujeito oculto por sujeito desinencial. Contudo, também pode ser chamado de implícito, determinado ou elíptico.
Faz parte desse grupo o sujeito que aparece implícito na oração. Difere-se de sujeito inexistente, pois, nesse caso, embora não fique explícito, o sujeito existe.
Exemplos:
- Gostamos de passar as férias na Califórnia. (Quem? Nós).
- Levou as filhas para a casa da avó. (Quem? Ele ou ela).
- A caminho de casa, passei na livraria. (Quem? Eu).
Oração sem sujeito existe?
Na gramática da Língua Portuguesa existem alguns casos em que a oração aparece sem sujeito. Quando ocorre, dá-se a classificação de “oração sem sujeito” ou “oração com sujeito inexistente”.
Observe os exemplos a seguir:
- Está na hora de fazer o check-in.
- Trovejou o dia todo.
- Há bons descontos.
Núcleo do sujeito
Uma frase pode ser constituída por um ou mais sujeitos. Na presença de mais de um sujeito, o termo que for mais importante é o núcleo do sujeito.
Assim, na frase “Minha saudosa avó Alice fazia bolos deliciosos” o sujeito é “Minha saudosa avó”. Contudo, o termo mais importante dentre os demais é Alice, que especifica a avó. Portanto, o termo “Alice” é o núcleo do sujeito.
Veja outros exemplos
- Os maravilhosos chocolates suíços encantam o mundo.
- Seu irmão Mateus nos visitou ontem.
- A querida Ana não foi à festa.
- A agitada criança mesmo doente não ficou quieta.
- Aquela linda bolsa está muito cara.
O sujeito na literatura
Analisar um texto literário requer domínio de compreensão e interpretação de texto. Para isso, é necessário entender a realidade que domina o discurso, ciente de que um texto literário caracteriza-se pelo diálogo entre um emissor e um receptor.
A relação dialética entre os agentes da comunicação (emissor e receptor) são expressos pelos pronomes “eu” e “tu” (você), constituindo, assim, discursos únicos. Neste contexto, existe o sujeito poético, também chamado de eu-lírico, que, geralmente, refere-se ao sujeito na 1.ª pessoa.
Na literatura, o eu-lírico é quem revela-se por um texto poético, deixando transparecer sentimentos e sensações. O emissor que apresenta-se em um poema ou texto literário em prosa é o sujeito que não existe fora do discurso, sendo de sujeito de enunciação. Assim, para a literatura, o sujeito refere-se àquele que enuncia um discurso, uma mensagem ou um texto literário.
A diversidade realística do ensaísta português Fernando Pessoa demarca a pluralidade desses sujeitos. Assim como esse escritor, o filósofo Friedrich Hegel defendia que o sujeito individual, com os sua subjetividade, alegrias, admirações, dores e sensações, é o que dá forma ao conteúdo da poesia lírica e, não, o simples desenvolvimento de ações