Com redução do auxílio emergencial, fila do Bolsa Família volta a 1 milhão
Recentemente, o auxílio emergencial teve o pagamento reduzido de R$ 600 para R$ 300. O valor reduzido é pago durante a prorrogação do programa. Com essa redução, a fila de espera para entrar no Bolsa Família voltou a crescer. A fila alcançou os 1 milhão de cadastros.
Esse havia sido o número registrado no fim de 2019, após diversos cortes de cobertura e congelamento no ingresso no Bolsa Família. Na época, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) havia deixado um milhão de famílias aguardando o programa social.
Durante o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, o Ministério da Cidadania suspendeu a análise dos pedidos de acesso ao Bolsa Família. A suspensão aconteceu porque o benefício emergencial atendeu mais pessoas que o programa social do governo.
No fim de setembro, milhões de trabalhadores passaram a receber a prorrogação do auxílio, que paga R$ 300 em vez de R$ 600. Por isso, o Ministério da Cidadania voltou a avaliar cadastros do Bolsa Família.
De acordo com a Folha de S. Paulo, são 999.673 famílias que preenchem aos requisitos do programa social, mas aguardam na fila a aprovação. A tendência é de que, com o fim definitivo do auxílio, essa fila deva aumentar ainda mais. A previsão foi feita pelos técnicos do governo.
Ainda de acordo com os técnicos do governo, a crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus e a possível segunda onda de Covid-19 deve aumentar a pobreza no Brasil.
O orçamento do Bolsa Família foi ampliado para 2021. Este ano, os recursos eram de R$ 32,5 bilhões. No ano que vem, os recursos serão de R$ 34,9 bilhões. Atualmente, o programa atende 14,28 milhões de famílias. O orçamento previsto para 2021 seria suficiente para pagar 15,2 milhões de famílias brasileiras. Ou seja, a fila de 1 milhão de famílias, registrada no fim de setembro, deve ocupar o espaço do orçamento a mais de 2021.
O Bolsa Família atende famílias com filhos de 0 a 17 anos em situação de extrema pobreza (renda per capita de até R$ 89 por mês) e pobreza (renda de R$ 89,01 a R$ 178). Até março, quando ainda não havia auxílio emergencial, o pagamento médio do Bolsa Família era de R$ 191,86.