O verão de 2024 está chegando e, conforme a previsão da MetSul Meteorologia, podemos esperar temperaturas acima da média em todo o país. Essa previsão traz à tona a discussão sobre o retorno do Horário de Verão, que continua indefinido.
Neste artigo, vamos explorar as razões por trás dessa discussão e as possíveis consequências dessa medida.
Instituído em 1931, o Horário de Verão tinha como objetivo principal economizar energia elétrica, aproveitando a luz natural no início da noite, quando o consumo atingia seu pico. No entanto, ao longo dos anos, as mudanças nos padrões de consumo e os avanços tecnológicos reduziram a economia esperada com essa medida.
Com as recentes ondas de calor que atingiram o país, o governo tem discutido a possibilidade de reintroduzir o Horário de Verão como forma de economizar energia. No entanto, essa decisão não é consensual e ainda está sendo debatida pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pelo Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS).
O MME conduziu análises e diálogos com diversos setores para avaliar a necessidade do retorno do Horário de Verão. Apesar das discussões, o parecer técnico emitido pelo MME concluiu que, com o planejamento seguro implementado, não há necessidade de adotar o Horário de Verão em 2023.
“O Ministério de Minas e Energia (MME) informa que, em virtude do planejamento seguro implantado pelo ministério desde os primeiros meses do governo, os dados não apontam, até o momento, para nenhuma necessidade de implementação do horário de verão”, afirmou o ministério.
Apesar do parecer técnico do MME, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende um debate “sem tabu” sobre a volta do Horário de Verão. Para o ministro, a decisão não deve levar em conta apenas a questão de economia de energia, mas também os impactos nos costumes da população.
“Eu vejo a discussão sem nenhum tabu. Eu defendo isso no governo, o horário de verão deve ser desatrelado da questão exclusivamente energética. O horário de verão tem outras repercussões”, disse Silveira.
O ministro tem ressaltado a possibilidade de estimular a economia com o retorno do Horário de Verão, o que beneficiaria setores como comércio, serviços e turismo.
Apesar das discussões e do parecer técnico do MME, a decisão final sobre o retorno do Horário de Verão não está nas mãos do ministério. Essa responsabilidade cabe ao ONS, que monitora os níveis dos reservatórios das hidrelétricas.
Alguns setores têm se posicionado a favor do retorno do Horário de Verão, argumentando potenciais benefícios econômicos. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), por exemplo, entregou uma carta ao presidente Lula defendendo a volta do Horário de Verão.
Segundo a Abrasel, bares e restaurantes esperam um aumento de 10% a 15% na receita caso o Horário de Verão seja readotado. Além disso, a medida beneficiaria outros setores, como comércio, serviços e turismo, ao proporcionar mais tempo de luz natural durante os dias.
Voltando nossa atenção para o verão de 2024, a previsão da MetSul Meteorologia indica que teremos temperaturas muito acima da média na maior parte do país. Os estados do Sul e o Rio de Janeiro estão entre as áreas que devem ter um verão muito mais quente do que a primavera.
Com menos chuva do que o habitual, o Centro do país e áreas do Norte e do Nordeste também podem apresentar temperaturas mais altas do que o normal. No entanto, não se espera que essas temperaturas sejam tão extremas como as registradas nesta primavera em algumas regiões.
Dentre as maiores cidades do Brasil, o Rio de Janeiro é uma das que têm as maiores médias de temperatura do ano no verão, além de experimentar extremos de temperatura. Em 2024, espera-se que a cidade tenha um verão muito quente e com muitos dias de máximas extremas, principalmente se houver um aquecimento do Atlântico na costa brasileira.
Em resumo, o verão de 2024 promete ser marcado por temperaturas acima da média em todo o país. A discussão sobre o retorno do Horário de Verão surge como uma possível medida para economizar energia, mas ainda não há uma decisão final sobre o assunto.
Enquanto isso, devemos nos preparar para um verão quente e buscar formas de nos protegermos durante as ondas de calor que podem ocorrer.