Os dados de casos da variante da Covid-19, chamada de ômicron, só tem aumentado no país. Na primeira semana do ano a alta foi de 383% em relação a anterior, isso mesmo com o apagão de dados do Ministério da Saúde. As informações são do portal IG. Isso tem demonstrado ainda mais que apesar de menos letal, a variante se espalha com mais facilidade. Seria então um motivo para adiar a volta do home office?
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A decisão de voltar ao trabalho presencial ou não tem relação com as empresas, já que a escolha é individual por não existir uma lei ou regulamentação oficial neste sentido. Mesmo assim, pode ser que o cenário desestimule o fim do home office, que poderia acontecer com a volta total ao escritório e as antigas rotinas de trabalho.
Para se ter uma ideia, empresas como a Microsoft, Facebook e Amazon, inclusive voltaram atrás nas suas decisões e estenderam o tempo que as pessoas poderiam ficar trabalhando em modelo home office. No Brasil, o portal Ig conversou com representantes da Ipiranga, com sede no Rio de Janeiro que já tinham voltado a trabalhar presencialmente, o que foi revisto no dia 6.
“Inicialmente precisávamos ir três vezes na semana, pelo menos”, disse Gustavo dos Santos, analista pleno de custos da empresa, e acrescentou: “Embora boa parte da população já esteja vacinada, esse aumento [nos casos] é bastante preocupante. Parece que a gente tá num ‘loop’, todo início de ano tem um pico, o que para mim é bastante assustador”, ponderou.
Outra empresa que voltou atrás foi a L’Óreal. “Não faz sentido voltar agora que alguns funcionários estão alegando manifestar sintomas”, conta Pedro Henrique Brum, jovem aprendiz de Marketing da L’Óreal.
Desta forma, a alta dos casos deve influenciar a tendência do home office para evitar que os funcionários se contaminem. Mesmo sem a alta de casos o cenário de trabalho não deve ser o mesmo, ao menos é o que prevê especialistas, ouvidos pelo portal IG.
“Tudo indica que o modelo híbrido veio para ficar, nunca mais teremos a rotina de ir ao escritório 5x por semana como fazíamos antes da pandemia. Isto porque as empresas aprenderam que até certo ponto dá para manter e até aumentar a produtividade de algumas atividades com a equipe em home office”, disse Caroline Marcon, Professora de MBAs de Gestão Estratégica de Pessoas e Liderança da FGV/SP, consultora organizacional, facilitadora e coach executiva com experiência em transformação cultural, desenvolvimento de times executivos e inovação em gestão de RH.