O Brasil enfrentou uma das piores catástrofes naturais de sua história nos últimos dias. Um ciclone extratropical que atingiu a Região Sul do país entre segunda e terça-feira causou fortes chuvas, ventos e alagamentos, deixando ao menos 22 mortos, sendo 21 no Rio Grande do Sul e um em Santa Catarina.
Mas o que é um ciclone extratropical? Como ele se formou? Quais foram os principais impactos e as medidas de socorro? E o que podemos esperar para os próximos dias? Neste artigo, vamos responder a essas perguntas e trazer as últimas informações sobre essa tragédia que abalou o Sul do Brasil.
O que é um ciclone extratropical?
Um ciclone extratropical é um sistema de baixa pressão atmosférica que se forma nas latitudes médias e altas, fora da zona tropical. Ele é caracterizado por ventos circulares em sentido horário no Hemisfério Sul e em sentido anti-horário no Hemisfério Norte. Esses ventos podem atingir velocidades superiores a 100 km/h, provocando tempestades, granizo, neve e ressacas.
Os ciclones extratropicais são comuns no Sul do Brasil, especialmente no inverno, quando há maior contraste térmico entre as massas de ar frio e quente.
Eles costumam se formar no Oceano Atlântico Sul, próximo à costa da Argentina, e se deslocam para o leste ou para o norte, podendo atingir o Uruguai, o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e até mesmo o Paraná.
Como se formou o ciclone extratropical que atingiu o Sul do Brasil?
O ciclone extratropical que atingiu o Sul do Brasil se formou a partir da interação entre uma frente fria que avançava pelo país e uma massa de ar quente e úmido que vinha da Amazônia. Essa combinação gerou uma forte instabilidade atmosférica, com nuvens carregadas e chuvas intensas.
O ciclone extratropical se intensificou na segunda-feira (4), quando atingiu a costa da Argentina, com ventos de até 140 km/h. Na terça-feira (5), ele chegou ao Rio Grande do Sul, com ventos de até 120 km/h.
Em seguida, ele se afastou do continente, mas ainda influenciou o tempo na Região Sul, com rajadas de vento e chuvas fortes.
Quais foram os principais impactos e as medidas de socorro?
O ciclone extratropical causou estragos em 62 municípios gaúchos e 14 catarinenses. As cidades mais atingidas foram:
- Muçum (RS), onde 15 pessoas morreram após a correnteza arrastá-las;
- Ibiraiaras (RS), onde duas pessoas morreram soterradas;
- Mato Castelhano (RS), onde uma pessoa morreu após ser atingida por um poste;
- Passo Fundo (RS), onde uma pessoa morreu após ser levada pela enxurrada;
- Estrela (RS), onde uma pessoa morreu afogada;
- Lajedo (RS), onde uma pessoa morreu após ter a casa inundada;
- Jupiá (SC), onde uma pessoa morreu após uma árvore cair sobre o carro em que estava.
Além das mortes, o ciclone extratropical deixou um rastro de destruição por onde passou. Dessa forma, muitas casas foram destelhadas, alagadas ou arruinadas pela força da água. També ocorreu a queda e interdição de pontes. Arvores caídas ou deslizamentos de terra bloquearam estradas.
Ademais, a rede elétrica sofreu danos, deixando mais de 120 mil imóveis sem luz. Também foi afetou a rede telefônica, dificultando a comunicação entre as autoridades e a população.
Diante desse cenário, o governo federal e os governos estaduais mobilizaram equipes de socorro e assistência às vítimas. Dessa forma, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sobrevoou as áreas atingidas e anunciou medidas emergenciais, como a liberação de recursos, a distribuição de cestas básicas, colchões e cobertores, e a reconstrução de pontes e estradas.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, também visitou as cidades afetadas e determinou ações de apoio aos municípios. Sendo assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade às pessoas atingidas pelos temporais e garantiu que o governo federal está pronto para auxiliar no que for necessário.
O que podemos esperar para os próximos dias?
Visto que, o ciclone extratropical começou a se afastar do território brasileiro nesta terça-feira, mas a frente fria que estava no Sul deve avançar para o Sudeste, atingindo São Paulo e Rio de Janeiro, causando queda nas temperaturas e potencial de fortes chuvas.
A previsão é de que o tempo melhore na Região Sul a partir de quarta-feira (6), com diminuição da nebulosidade e da umidade. No entanto, ainda há risco de ressaca no litoral gaúcho e catarinense, com ondas de até 3 metros.
O ciclone extratropical que atingiu o Sul do Brasil foi um evento extremo que evidenciou os efeitos das mudanças climáticas no planeta. Segundo o presidente Lula, o que está acontecendo é um alerta para que a humanidade se dê conta de que essa questão do clima não é uma questão menor.
Por fim, ele defendeu a necessidade de uma ação conjunta dos países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e preservar o meio ambiente.