A Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software Technologies, descobriu uma campanha de vírus (malware) de mineração de criptomoedas imitando o Google Translate Desktop e outros aplicativos gratuitos para infectar PCs. Criada por uma entidade de idioma turco chamada Nitrokod, o golpe que visa rentabilizar criptomoedas contabiliza 111 mil downloads em 11 países desde 2019 (vítimas no Reino Unido, nos Estados Unidos, Sri Lanka, Grécia, Israel, Alemanha, Turquia, Chipre, Austrália, Mongólia e Polônia).
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De acordo com a divulgação da descoberta, a CPR aponta que as ferramentas maliciosas podem ser usadas por qualquer pessoa e podem ser encontradas por uma simples pesquisa na web. A infecção é fácil: precisa só ser baixado a partir de um link e a instalação é feita com um simples duplo clique. O problema é que a única pista que a empresa tem é que as ferramentas foram construídas por um desenvolvedor que fala o idioma turco, supostamente o grupo Nitrokod.
Para não serem detectados por ferramentas de antivírus, os atacantes atrasam o processo de infecção por semanas. A CPR alerta que os cibercriminosos podem, ainda, facilmente optar por mudar o malware, alterando-o de um minerador de criptomoedas para ransomware ou cavalos de Troia bancários, por exemplo, estendo para ataques ainda mais perigosos.
A campanha coloca o malware em softwares gratuitos disponíveis em sites populares como o Softpedia e uptodown. Os softwares maliciosos também podem ser facilmente encontrados por meio do Google quando os usuários pesquisam por “download do Google Translate Desktop”. Após a instalação inicial do software, os atacantes retardam o processo de infecção por semanas, excluindo os rastros da instalação original.
O golpe de mineração de criptomoedas operou com sucesso sob o radar por anos. Para evitar a detecção, os autores da Nitrokod implementaram algumas estratégias importantes:
A Check Point destaca o fato de que o software malicioso é bastante popular, mas ficou fora do radar por tanto tempo. A empresa conseguiu bloquear a ameaça para os seus clientes e agora divulga a descoberta para que outros usuários corporativos e finais também possam ser protegidos.
Já a cadeia de infecção segue os seguintes passos:
Atualmente, a ameaça identificada foi a instalação inconsciente de um minerador de criptomoedas, que rouba recursos do computador e os aproveita para que o atacante monetize. Ao adotar o mesmo fluxo de golpe, o cibercriminoso pode facilmente optar por modificar a programação do vírus, alterando o malware de um minerador de criptomoedas para um ransomware ou um cavalo de Troia bancário.
Para se proteger, a CPR recomenda: