Brasileiros de todas as partes do país terão a oportunidade de acompanhar nesta semana o último grande evento astronômico visível por aqui no ano de 2023. De acordo com meteorologistas, uma chuva de meteoros poderá ser vista nas noites da quarta-feira (13) e quinta-feira (14). O evento é conhecido como Geminídas.
A expectativa é que meteoros entrem de forma muito veloz na atmosfera do Planeta Terra, rasgando o céu a uma velocidade de nada menos do que 260 quilômetros por hora. Mas calma, não é preciso temer. Para o público em geral, o evento vai se parecer mesmo com uma série de estrelas cadentes no céu.
“São meteoros brilhantes e rápidos e tendem a ser de cor amarela”, explica a agência espacial americana (Nasa) em seu site oficial. Ainda de acordo com especialistas, a expectativa é de que algo em torno de 120 meteoros por hora entrem na atmosfera da Terra.
Trata-se, portanto, de uma das chuvas de meteoro mais intensas deste ano de 2023.
De acordo com especialistas, a chuva de meteoros poderá ser visível em todo o Brasil. Mas é importante que o céu da sua região não esteja nublado.
“Basta olhar na direção da constelação de Gêmeos. Nessa época do ano essa constelação é visível na direção nordeste a partir das 22h30 ou 23h, dependendo das condições do céu e do ponto de observação”, diz Roberto Costa, professor do Departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP).
Seja como for, a expectativa dos pesquisadores é de que o evento seja visto com mais clareza nas regiões Norte e Nordeste do país. Ao menos foi o que disse a astrofísica Eliade Lima, professora da Unipampa (Universidade Federal do Pampa).
“A melhor visualização da chuva é em função da fase da lua e de onde a constelação [de Gêmeos] vai estar naquele momento do pico. Então quanto mais alta estiver a constelação de Gêmeos naquela noite, melhor será a visualização em um determinado lugar. Então em qualquer lugar com constelação de Gêmeos visível, será possível observar essa chuva”, diz Lima.
“Mas em função da constelação de Gêmeos estar melhor localizada naquele momento do pico [a região Norte e Nordeste], poderá ter uma melhor visualização”, acrescenta a astrofísica.
Do ponto de vista cultural, não faz mal acreditar que estes riscos no céu são na verdade pequenas estrelas cadentes, e que você pode fazer um pedido para que ele se realize.
Mas do ponto de vista da ciência, o que se sabe é que não é nada disso. Segundo especialistas, meteoros são nada mais do que detritos que foram deixados para trás depois da passagem de asteróides e cometas, que estão, assim como a Terra, circulando ao redor do Sol.
É comum que em algumas oportunidades, a Terra passe bem no meio desses rastros cósmicos, que acaba entrando em colisão com a nossa atmosfera, causando aquilo que convencionamos a chamar de chuva de meteoros.
No caso específico da chuva que será registrada nesta semana, os meteoros foram deixados pelo asteróide 3200 Phaethon.
O fato é que os meteoros são mais comuns do que se imagina. Um estudo realizado pela Universidade de Manchester e pelo Imperial College de Londres revelou que mais de 17 mil meteoros caem no planeta Terra por ano.
“Os cálculos estão baseados em redes de monitoramento de esferas de fogo de curta duração ou em buscas de meteoritos muito limitadas espacialmente”, diz o estudo.
A grande maioria destes meteoros, no entanto, não é visto pelo ser humano. Isso ocorre porque quando esta rocha entra em contato com a atmosfera, ela acaba se desintegrando, fazendo com que chegue em nossa superfície como uma pequena pedra, ou mesmo em forma de pó.