CESTA BÁSICA: Preços caem em 14 capitais em setembro, revela Dieese
O preço da cesta básica caiu em 14 das 17 capitais pesquisadas em setembro de 2023 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O resultado é muito positivo para os brasileiros, que conseguiram gastar um pouco menos para adquirir uma cesta básica em boa parte do país.
Os únicos avanços foram registrados em Vitória, Natal e Florianópolis, locais que tiveram altas um pouco expressivas, ou seja, os consumidores podem ter sentido a variação dos preços, pelo menos alguns deles. Por outro lado, os 14 locais restantes tiveram queda nos preços, para alívio dos consumidores.
Confira as variações em todos os locais pesquisados em setembro:
Unidade Federativa | Variação |
Vitória | 3,18% |
Natal | 3,06% |
Florianópolis | 0,50% |
Fortaleza | -0,34% |
Rio de Janeiro | -0,40% |
João Pessoa | -0,44% |
Curitiba | -0,57% |
Salvador | -0,83% |
Belém | -1,03% |
Goiânia | -1,65% |
Recife | -1,81% |
São Paulo | -1,83% |
Belo Horizonte | -1,89% |
Aracaju | -1,90% |
Campo Grande | -2,32% |
Porto Alegre | -2,48% |
Brasília | -4,03% |
Cesta básica mais cara do país
Com o acréscimo das variações de setembro, a cesta básica de Florianópolis passou a ser a mais cara do país. Em síntese, os moradores da capital catarinense tiveram que desembolsar R$ 747,64 no mês passado para adquirir uma cesta básica na região.
Esse valor correspondeu a 56,6% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.320) em setembro. Assim, o trabalhador que recebia o piso nacional no mês passado, e morava em Florianópolis, gastou muito para adquirir uma cesta básica.
Por esta razão, milhares de pessoas são obrigadas a reduzirem os custos com as demais despesas. Como sobra pouco do salário para que os consumidores utilizem em outra coisa, não tem como aumentar o consumo. Inclusive, muitos itens e serviços importantes se encaixam nessa “sobra”, como contas de luz e água, aluguel, prestação de casa e carnês de loja.
Em junho, São Paulo havia tido a cesta básica mais cara do país. Isso mudou em julho por causa das variações registradas, com Porto Alegre passando a apresentar o maior valor do país, e se repetiu em agosto. Contudo, em setembro, Florianópolis ultrapassou as capitais e assumiu a liderança pela primeira vez em 2023, para tristeza dos moradores da região.
Salário mínimo ideal surpreende
O Dieese não revelou apenas a variação nos preços da cesta básica em setembro de 2023. A entidade também estimou qual seria o salário mínimo ideal do Brasil. Para isso, levou em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês passado, que foi a de Florianópolis.
Nesse caso, o piso salarial deveria ter sido de R$ 6.280,93 em setembro, valor 4,76 vezes maior que o salário mínimo vigente no país. Em setembro de 2022, o mínimo necessário deveria ter sido de R$ 6.306,97, valor 5,20 vezes superior ao piso que vigorava na época (R$ 1.212).
A pesquisa também mostrou que para um trabalhador atuante em Florianópolis conseguisse adquirir produtos da cesta básica foi necessário um tempo médio laboral de 124 horas e 37 minutos em setembro.
Embora a média nacional também tenha ficado bastante elevada no mês passado, não chegou ao mesmo patamar que o de Florianópolis. Segundo o Dieese, o tempo a ser trabalhado no país para adquirir uma cesta básica em agosto foi de 108 horas e 02 minutos, tempo inferior ao de agosto (109 horas e 01 minuto).
Em resumo, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
Ainda vale destacar que o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Dessa forma, conseguiu chegar a um valor bastante aproximado do necessário para as pessoas terem uma vida digna no país.
Descubra qual capital teve a cesta básica mais barata
Ainda considerando o levantamento do Dieese, confira quais foram os locais que apresentaram os menores valores do país em relação à cesta básica de agosto, ficando bem abaixo do observado em Florianópolis:
Unidade Federativa | Preço da Cesta Básica |
Florianópolis | R$ 747,64 |
Porto Alegre | R$ 741,71 |
São Paulo | R$ 734,77 |
Rio de Janeiro | R$ 719,92 |
Vitória | R$ 681,91 |
Curitiba | R$ 681,23 |
Campo Grande | R$ 675,68 |
Brasília | R$ 662,20 |
Fortaleza | R$ 640,48 |
Belo Horizonte | R$ 633,78 |
Belém | R$ 633,53 |
Goiânia | R$ 630,95 |
Natal | R$ 598,99 |
Salvador | R$ 571,01 |
Recife | R$ 570,20 |
João Pessoa | R$ 562,60 |
Aracaju | R$ 532,34 |
No caso de Aracaju, que teve a cesta básica mais barata do país em setembro, assim como vem acontecendo nos últimos meses, o valor dos alimentos básicos comprometeu 40,3% do salário mínimo, taxa bem menor que a de Florianópolis, mas ainda bastante elevada. Aliás, essa não foi a única diferença entre estes locais.
Quem estava morando em Aracaju em setembro precisou trabalhar 88 horas e 43 minutos para adquirir uma cesta básica. A saber, em Florianópolis, a pessoa precisou trabalhar quase 36 horas a mais para comprar os mesmos produtos no mês, em relação a Aracaju.
Por fim, caso a cesta básica de Aracaju fosse a mais cara do país, sendo utilizada pelo Dieese para determinar o salário mínimo ideal, os brasileiros deveriam ter um piso de R$ 4.472,19, valor 28,8% menor que o mínimo ideal em comparação à cesta de Florianópolis.