Um estudo recente feito pela Dieese apontou que o preço da cesta básica aumentou em 15 capitais do país em julho. Entre os fatores que contribuíram para o aumento de preços está o clima seco, a elevação do preço do petróleo e também o aumento das exportações. A maior alta foi registrada em Fortaleza, com 3,92% de elevação dos preços, seguido de Campo Grande com 3,89%.
Apenas duas capitais conseguiram registrar baixa nos preços. João Pessoa teve a maior queda dos preços da cesta básica com até -0,70%, seguida de Brasília com -0,45%. Entre os produtos que puxaram essa alta, vai o destaque para o açúcar, café em pó e o tomate. A economista Patrícia Costa destaca o clima seco e as baixas temperaturas pelo aumento dos preços.
Porto Alegre tem a cesta básica mais cara
A cesta mais cara do país é a de Porto Alegre, que atingiu R$ 656,92. A sua composição varia de 12 a 13 itens, podendo variar de acordo com a região do país que for analisada. A oferta de açúcar, café em pó e tomate foram as que tiveram maiores procuras e por conta disso os preços também aumentaram de forma considerável no período.
A geada e o frio já trouxeram prejuízos incalculáveis para a safra deste ano e podem prejudicar a colheita de café em 2022. Outro que também sofre para maturar é o tomate, por conta das temperaturas mais baixas. E a expectativa para os próximos meses é que os preços destes produtos continuem subindo.
Além do impacto climático, o país está sendo assolado pela inflação, o que encarece os serviços básicos e faz com que as famílias tenham de fazer reajustes no que vão comprar da cesta básica ao longo do mês.
Problemas na oferta de produtos
Está havendo um problema na oferta de alguns produtos, sobretudo pelo clima e também pelas exportações. Somado a isso, temos também o menor poder de compra dos brasileiros por conta da inflação que é a mais alta desde 2003, culminando com o aumento da taxa de juros.
Não apenas os preços dos alimentos estão subindo, mas também a conta de energia elétrica e do gás. Isso leva principalmente as famílias brasileiras de baixa renda a terem menos dinheiro para os alimentos. Ainda por cima, em agosto teremos uma forte influência da geada e que irá impactar negativamente para as lavouras.
O Dieese também estimou que o salário mínimo necessário para alimentar uma família de quatro pessoas deveria ser equivalente a R$ 5.518,79, o que corresponderia a aumento de 5x do valor do salário mínimo atual.
Tendo como exemplo a cesta básica mais cara, que é a de Porto Alegre, uma pessoa que recebe apenas o salário mínimo vigente gastaria mais da metade do seu salário com alimentação, ainda não contando os gastos com eletricidade, água e gás, que praticamente comprometem quase que a totalidade do seu salário no final do mês.