A cesta básica ficou mais barata no país em maio. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço caiu em 11 das 17 capitais brasileiras pesquisadas.
Em outras palavras, os brasileiros que dependem de cesta básica tiveram motivos para comemorar a queda nos preços dos alimentos no mês passado, pois a maior parte deles conseguiu gastar um pouco menos para comprar os mesmos itens que em abril.
A saber, o Dieese coleta preços de alimentos básicos em 17 capitais brasileiras e revela as suas variações, bem como a das cestas básicas. Além disso, o levantamento também mostra quais produtos tiveram as maiores oscilações em seus preços.
Assim, os consumidores passam a entender o que ajudou a encarecer ou a reduzir o preço da cesta básica em cada mês. Em maio, alguns itens muito importantes na mesa dos brasileiros ficaram mais baratos no país, como óleo de soja e carne bovina de primeira. A queda no preço destes itens ajudou a reduziu o valor da cesta básica em boa parte do país.
Entretanto, outros itens seguiram o caminho inverso e ficaram mais caros em maio, pressionando a renda das famílias brasileiras. Confira abaixo os alimentos que tiveram as principais altas em seus valores no mês passado.
Açúcar refinado fica mais caro em maio
O levantamento mostrou que o preço do açúcar refinado subiu em 14 das 17 capitais em maio. Em resumo, os maiores avanços foram registrados em Aracaju (7,71%), Belo Horizonte (6,51%) e Brasília (4,89%), taxas bastante expressivas.
Por outro lado, o valor do item caiu em três capitais: Belém (-1,22%), Natal (-0,47%) e Rio de Janeiro (-0,46%). Estas variações foram bem tímidas e podem nem ter feito muita diferença na hora do pagamento para muitos clientes.
Embora o preço do açúcar refinado tenha subido na maioria dos locais em maio, na comparação com abril, o resultado anual foi completamente diferente. O Dieese informou que, no acumulado dos últimos 12 meses, o alimento ficou mais barato em 14 das 17 capitais pesquisadas.
Os principais destaques no período foram Natal (-7,96%), Recife (-7,40%) e Campo Grande (-6,70%). Aliás, vale destacar que, em abril, os preços acumulados em 12 meses estavam negativos em todos os 17 locais. No entanto, em maio, o açúcar refinado ficou mais caro em Aracaju (2,20%) e Porto Alegre (0,44%). Já em Belo Horizonte, o preço se manteve estável.
O Dieese explicou que a baixa oferta do açúcar elevou os preços no varejo. Cabe salientar que isso aconteceu mesmo com o início da safra, uma vez que maio é o primeiro mês da safra, “por causa das chuvas, que dificultaram o transporte da cana”, informou o Dieese. Além disso, os produtores também praticaram altos preços no varejo brasileiro.
Tomate, leite integral e manteiga também sobem
O Dieese também revelou que o tomate ficou mais caro em 14 das 17 capitais pesquisadas em maio. Os destaques ficaram com Vitória (12,75%), Belo Horizonte (10,59%) e Belém (9,90%). Em contrapartidas, as maiores quedas ocorreram em Campo Grande (-8,13%) e João Pessoa (-5,27%).
No acumulado dos últimos 12 meses, os resultados ficaram bem divididos. Em síntese, o tomate ficou mais caro em dez capitais, com as taxas variando entre 2,67% em Goiânia e 27,81% no Rio de Janeiro. Já entre as quedas, os resultados mais importantes vieram de Recife (-34,78%) e Aracaju (-13,48%).
Segundo o Dieese, a oferta do tomate continua reduzida no Brasil. Esse cenário acabou elevando os preços do item no país em maio.
Outros dois alimentos, também bastante consumidos pelos brasileiros, ficaram mais caros em maio e pressionaram o valor da cesta básica: o leite integral e a manteiga. As altas atingiram a maioria dos locais pesquisados e pesaram no bolso dos consumidores.
Em primeiro lugar, o leite integral ficou mais caro em 14 capitais, após registrar alta em 13 locais no mês anterior. Os maiores avanços foram registrados em Belém (4,80%), e Fortaleza (3,77%).
No acumulado de 12 meses, o valor médio do leite subiu em todas as 17 capitais pesquisadas, com taxas entre 7,70% em Vitória e 24,19% no Recife.
O Dieese também informou que a manteiga, derivada do leite, ficou mais cara em dez locais, assim como em abril, com destaque para Salvador (2,87%), Curitiba (2,58%) e Recife (2,53%). Em 12 meses, o item teve alta em todas as capitais pesquisadas, com variações entre 1,33% em Vitória e 24,42% em Belém.
De acordo com o Dieese, “a entressafra do leite reduziu a oferta no campo e elevou o preço dos derivados”.
A saber, o Dieese coleta os preços nas seguintes capitais: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.