A cerveja irá acompanhar a alta de outros produtos, como o combustível, energia elétrica e o gás de cozinha e vai passa por um novo reajuste de preço nesta sexta-feira (1). Os consumidores já estavam sendo avisados há alguns dias que o preço da cerveja iria de fato aumentar, pois a Ambev, que é dona das marcas Brahma, Skol e Stella Artois, havia enviado um comunicado na quarta-feira (29) sobre o reajuste.
A empresa afirmou na nota que os ajustes foram feitos de forma periódica nos produtos, além de que os reajustes irão variar de acordo com cada região do país. Na sequência do anúncio da Ambev, outras empresas do ramo também anunciaram que irão fazer o mesmo. Com isso, um dos itens mais consumidos pelos brasileiros acabou ficando mais caro, sobretudo para o próximo final de semana.
Logo em sequência, o Grupo Heineken disse que os preços dos produtos devem seguir os mesmos por ora, porém que a empresa já estaria fazendo uma revisão de valores neste ano. As mudanças, se ocorrerem, serão apenas a partir de 2022.
Mesmo assim, o peso no bolso dos consumidores deve se espalhar pelo país de forma significativa, pois a Ambev concentra cerca de 60% do mercado de cerveja no Brasil, além de ter atuação em boa parte do país.
Na nota emitida pelo Grupo Heineken, foi dada uma justificativa para as revisões de preço que acontecem devido à uma dinâmica natural do mercado brasileiro e as necessidades de impactar os efeitos da valorização do dólar nos custos de matérias-primas.
A cerveja é de longe uma das bebidas mais consumidas pelos brasileiros. O consumo neste ano alcançou um patamar maior que o de 2014, com 13,67 bilhões de litros da bebida que foram vendidos no Brasil.
Em agosto, o preço da cerveja fechou em alta pelo oitavo mês consecutivo, de acordo com um relatório do IBGE. A cerveja também conta como um item na tabela de preços do Índice de Preços Amplo ao Consumidor (IPCA). O preço do item já apresenta um aumento de 3,49% no ano e 7,62% nos últimos 12 meses.
Somado esse aumento ao preço da carne, o reajuste da cerveja irá tornar o orçamento para o churrasco algo ainda mais complicado.
Segundo o Economista da Fundação Getúlio Vargas, André Braz, 37% dos bares e restaurantes do país operam com prejuízos hoje, sendo que somente em São Paulo esse número chega a 50%. Com o reajuste dos custos, esse valor acaba sendo repassado ao consumidor.
A expectativa da Abrasel é que os reajustes acompanhem o cenário de inflação alta apresentado nos últimos 12 meses e somente na capital paulista, o reajuste do preço da cerveja deverá ficar em 10%, um pouco acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses, o que pode ajudar aos restaurantes a recuperar um pouco da renda perdida desde 2020.