A volta às aulas nas escolas primárias e secundárias da Catalunha está envolta em uma polêmica. De acordo com uma associação de pais de alunos, o governo incluiu no currículo escolar a limpeza e desinfecção das salas realizadas pelos próprios estudantes.
Segundo os responsáveis, não há segurança suficiente garantida para evitar uma contaminação dos alunos pelo novo coronavírus. As aulas presenciais estão previstas para retornar no próximo dia 14 de setembro.
A divulgação da medida controvérsia ocorreu na semana passada pelo Conselheiro da Educação do Governo da Catalunha, Josep Bargalló. Segundo ele, neste ano letivo “os alunos iriam colaborar na limpeza dos elementos de uso comum, sem manipulação de produtos tóxicos”, e com “valor educativo”.
Os reclamantes são cerca de 1.700 famílias, as quais compõem o “Agrupamento de Famílias por uma Escolha Educativa Segura” (AFEE). Trata-se de uma plataforma criada para reivindicar as aulas das escolas da Catalunha pela internet.
Os pais desejam que, enquanto não houver garantia de controle de contágio da Covid-19, seus filhos acompanhem os conteúdos remotamente.
Falta de segurança nas escolas da Catalunha
Os protocolos de higiene e de limpeza, de acordo com a associação, podem não ser cumpridos pelo governo da Catalunha por falta de comprovação de que há orçamento para isso.
Falta uma previsão para aumentar os serviços de limpeza nem a contratação de novos professores, assim como auxiliares para esse retorno. A preocupação maior é em relação às crianças.
A associação disparou um comunicado à imprensa afirmando que o governo da Catalunha transformará as escolas em “matadouros”. Ademais, disse que os pais estão dispostos a assumir todas as consequências por preferirem as aulas remotas.
Na Espanha, a saber, o ensino não obrigatória antes dos seis anos de idade. Mas entre seis e 16 anos a educação em escolas está prevista na lei da Catalunha. Caso os pais não cumpram, podem pagar multas ou até irem para a cadeira.
Entretanto, não consta na legislação a punição para os responsáveis em casos extremos, como de uma pandemia, por exemplo.
De acordo com Lola López, da Associação dos Advogados da Família, cenários de prisão ou multa são improváveis. Contudo, considera também que os pais devem ser alertados de que não podem fazer o que quiserem com a educação dos filhos. Um consenso seria a melhor saída, diz ela.