Rondônia – Agora
Pelo menos 18 pessoas envolvidas com uma organização criminosa que tentou fraudar o concurso do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região foram conduzidas coercitivamente até a Superintendência da Polícia Federal em Porto Velho para prestar esclarecimentos na manhã desta terça-feira (19). A ação faz parte da Operação DNA e segundo o delegado Marcus Vinícius Pioli Luz, responsável pelo caso, a fraude consistia em um grupo contratado para realizar as provas, furtar as páginas do caderno de questões e levar até o chefe da quadrilha que, com outro grupo, resolvia as questões e repassava aos candidatos por meio de vibrações de celular. Por enquanto, a PF diz não haver indícios de participação da banca organizadora o concurso.
As investigações começaram no dia da prova do concurso, quando a Polícia Federal recebeu uma denúncia anônima e prendeu três pessoas, entre elas o chefe do esquema criminoso, que permanece preso. “No dia prisão foram apreendidos diversos documentos que ligavam essa pessoa, e também a outras, ao concurso do TRT. Essa pessoa havia contratado outras para cada uma arrancar uma página do caderno de prova. Elas estavam fazendo o concurso e tinham a função de subtrair uma das páginas do caderno de prova e levar pra ele, logo na primeira hora de prova, e assim ele teria material suficiente para repassar. E havia um outro grupo para resolver as questões que eram repassadas por celular através de vibrações”, esclarece o delegado.
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Na manhã desta terça-feira, 68 policiais federais cumpriram 18 mandados de condução coercitiva e nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Federal de Porto Velho. Entre os materiais apreendidos estão cadernos de provas de outros concursos públicos, aparelhos celulares e mídias em geral que serão analisadas. “Já temos informações que essa quadrilha atuou em outros concursos no estado, mas a investigação continua a partir de agora. Já concluímos a primeira parte, que restou no oferecimento da denúncia ao Ministério Público e estas pessoas envolvidas podem ser indiciadas por associação criminosa e se restar comprovada a participação podem responder ainda pelo artigo 311-A do Código Penal, no que se refere a fraudar concurso público”, garante Marcus Vinícius.
Candidatos
Apesar de todo o esquema organizado, a Polícia Federal não revela nomes, inclusive do chefe da organização criminosa que segue preso. As outras duas pessoas presas no dia da realização do concurso público estão em liberdade. Não há informações sobre aprovados em concursos e ainda não é possível dizer que a associação obteve êxito.