Caixa suspende DEFINITIVAMENTE Consignado do Bolsa Família

Bolsonaro criou, agora a CAIXA determina o FIM

Banco já havia suspendido temporariamente o consignado, mas agora decidiu 'retirar o produto do seu catálogo'

As contratações do crédito consignado do Bolsa Família chegaram ao fim no Brasil de maneira definitiva. Isso quer dizer que os usuários do programa social que pensavam em solicitar o empréstimo juntamente à Caixa Econômica Federal terão que buscar outro banco para isso.

Na verdade, os usuários do Bolsa Família, antigo Auxílio Brasil, foram surpreendidos em janeiro com o anúncio da Caixa sobre a suspensão do consignado. No entanto, à época, a suspensão foi anunciada apenas como temporária, mas desde então que os contratos não podem ser realizados.

De acordo com a Caixa, a paralisação ocorreu para que a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) analisasse os dados dos usuários do programa social. Aliás, isso também aconteceu no ano passado, ou seja, os usuários do Bolsa Família já sabiam que a suspensão poderia ocorrer.

Em janeiro, a nova presidente da Caixa Econômica, Rita Serrano, informou que a Caixa estava suspendendo o consignado por dois motivos.

“A primeira é porque o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro. Então, como o ministério vai revisar o cadastro, não é de bom tom que a gente mantenha, porque nós não sabemos quem ficará nesse cadastro ou não”, explicou a presidente.

“E a outra razão é que de fato os juros para essa modalidade consignada é um juros muito alto, então nós estamos também suspendendo para reavaliar essa questão dos juros e ver as possibilidades que existem para tentar baixar esses juros”.

Apesar destas declarações, que informavam que a paralisação seria temporária, a Caixa decidiu encerrar definitivamente a operação.

“A Caixa informa que os estudos técnicos sobre o Consignado do Auxílio foram concluídos e que o banco decidiu retirar o produto de seu portfólio. A linha de crédito estava suspensa desde o dia 12 de janeiro para revisão”, informou o banco na quinta-feira (24).

Caixa desestimula consignado aos usuários

A saber, o governo federal havia definido o limite da taxa de juros da modalidade em 3,5% ao mês. Isso quer dizer que as instituições financeiras que oferecem o serviço podem ofertar taxas de juros a até 3,5% por mês.

No caso da Caixa Econômica, a taxa de juros é de 3,45% ao mês, ou seja, quase no limite definido. E muita gente criticou os juros adotados pela Caixa, até porque, antes do início do consignado no país, o banco afirmou por diversas vezes que teria os menores juros do mercado.

Em meio a tudo isso, o governo Lula vem desestimulando os usuários do Bolsa Família a contratarem o crédito consignado. Aliás, o Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), explicou que o governo mantém o consignado em operação no país, mas desestimula a contratação.

“O objetivo, e quem tomou a iniciativa foi o próprio Ministério do Desenvolvimento Social, era restringir. ‘Ó. O limite de juros agora é esse, o prazo é esse aqui agora’. Com base nisso, a Caixa Econômica fez as contas. ‘Não dá pra operar’. Da parte do Ministério a gente desestimulou mesmo. Aqui não tem meias palavras”, disse o ministro.

“De verdade, consignado é para assalariado, seja servidor público, seja empregado do setor privado. Nós estamos falando aqui de um recurso, que é o esforço do povo brasileiro, de um lado para resolver o problema da segurança alimentar e nutricional”, acrescentou.

Embora a Caixa tenha encerrado de maneira definitiva o consignado do Bolsa Família, outras 11 instituições estão autorizadas pelo governo federal a realizar empréstimos junto aos usuários do programa social. Contudo, como explicou Dias, o governo vem desestimulando essa prática.

E quem contratou o crédito?

De acordo com a Caixa Econômica, a suspensão definitiva do crédito consignado não afeta os contratos dos usuários que já haviam contratado o empréstimo.

“Para quem já contratou, nada muda. As parcelas serão debitadas de maneira regular e de acordo com cada contrato”, explicou Rita Serrano, ainda em janeiro. E isso continua do mesmo jeito agora, em fevereiro, mesmo com a finalização da operação.

“Para os contratos já realizados, nada muda. O pagamento das prestações continua sendo realizado de forma automática, por meio do desconto no benefício, diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)”, informou o banco em comunicado à imprensa.

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