O Brasil criou 401.639 novas vagas de emprego com carteira assinada no mês de fevereiro, conforme apontam os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). As informações foram anunciadas no dia de hoje (30) pelo Ministério da Economia.
Esse saldo vem através da diferença entre os números de admissão, que foi de 1.694.604 e 1.292.965 de demissões. Esse número de pouco mais de 400 mil novos empregos representa uma variação mensal de 1,01%, resultando em um número um pouco acima dos 40 milhões de empregos.
No mês de janeiro, esse crescimento de novos empregos foi de 260.353 vagas. Dessa vez, o aumento de fevereiro esteve 54% mais alto do que o registrado no mês anterior, alcançando o melhor resultado da série histórica para o mês, que iniciou os registros no ano de 1992.
Até agora o melhor resultado de fevereiro tinha sido registrado no ano de 2011, quando a criação de novos empregos alcançou a marca de 280.799 vagas. Na comparação com fevereiro do ano passado, o crescimento de novos empregos foi quase 78% maior, já que no segundo mês do ano de 2020 foram criados 225.648 empregos com carteira assinada.
Além disso, a criação de empregos com carteira assinada no primeiro bimestre de 2021, acumulativamente, foi 659.780, ante 277.517 vagas acumulado no primeiro bimestre do ano de 2020.
Contexto do avanço no saldo do emprego formal
Alguns pontos são interessantes de serem esclarecidos em meio a amostragem desses números. O resultado do mês de fevereiro ficou acima das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que colocavam esse crescimento do mês numa faixa de 150 mil a 283.936 vagas.
Apesar disso, é importante dizer que a taxa de desemprego no Brasil também bateu recorde recentemente. No dia 26 de fevereiro de 2021, foi divulgado na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontou 13,5% na taxa média anual de desemprego em 2020. Esse número representa um recorde desde o início da série histórica em 2012.
Além disso, em janeiro do ano de 2020, o Sistema do Caged acabou sendo substituído, e com isso, um novo tipo de contagem também foi realizado para os novos dados de criação de vagas de emprego. O substituto é o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).
Com isso, há certas distinções que podem ser observadas entre o Caged antigo e o novo sistema, o que corrobora também para certas diferenças na comparação de resultados com relação aos anos anteriores.
O novo Caged
Esse novo formato do sistema reúne dados do Caged, eSocial e também do Empregador Web, plataforma no qual se tem o registro dos pedidos de seguro-desemprego. Todas essas informações juntas tornaram-se o que conhecemos hoje como o Novo Caged.
Vale ressaltar que o eSocial, que faz parte da composição do Novo Caged, inclui qualquer trabalhador formal. Nesse meio, também está sendo contado trabalhadores temporários, agentes públicos e também bolsistas.
Enquanto no Caged, diversas categorias não eram contabilizadas, entre elas, as que foram citadas anteriormente no eSocial, além de autônomos, coméstimos, eventuais, avulsos, dentre outros.
Importante lembrar que todas as mudanças de metodologia do Caged foram divulgadas pelo Ministério da Economia em notas técnicas. Todas essas questões representam grande importância para trazer uma contextualização em relação ao número recorde obtido, embora ele possa ser analisado de diferentes formas nesse momento.
Em suma, o grande número de desempregados, associado ao fato das mudanças no Caged pode ser um dos fatores que facilitaram o avanço no mês de fevereiro, em meio a necessidade de uma recuperação econômica do país, que depende também da velocidade da vacinação e da amenização da pandemia.