O Instituto Butantan criou uma vacina contra Covid-19, a ButanVac, e solicitará autorização para realizar testes de fase 1 e 2 em 1.800 voluntários à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é fabricar 40 milhões de doses até o fim do ano. As informações são do jornal Folha de S. Paulo e do Jornal da Globo.
O pedido que será feito nesta sexta (26) engloba apenas os testes de fase 1 e 2, quando é avaliada a segurança e a capacidade de a vacina gerar resposta imune contra Covid-19. Já a fase 3, a última dos ensaios clínicos, envolverá até 9.000 voluntários para estipular a eficácia da ButanVac.
A fabricação e os testes da ButanVac não irão prejudicar o envasamento e a distribuição da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e envasada pelo Instituto Butantan com insumos importados da China.
Além da ButanVac, outras 10 vacinas contra Covid-19 estão em fase de desenvolvimento no Brasil, segundo levantamento do portal G1.
Quatro desses projetos de imunizantes são do Instituto Butantan, dois são da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e três do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Instituto do Coração (Incor) da USP trabalham em um projeto cada.
Como funciona a vacina ButanVac contra Covid-19
Dos quatro projetos de vacinas contra Covid-19 desenvolvidos pelo Instituto Butantan, dois são baseados em ovo, assim como a vacina da gripe comum também fabricada pelo Butantan, o que pode acelerar a produção do imunizante.
“É o mesmo princípio da vacina da gripe – você inocula uma cepa viral no ovo, que cresce no ovo embrionado e, depois, ele [o vírus] é purificado a partir desse ovo. Então, na verdade, a fábrica da vacina é o ovo – o embrião da ave, o pintinho, que produz os vírus que depois são transformados em vacina”, explicou Dimas Covas no ano passado.
A tecnologia da ButanVac utiliza o vírus inativado de uma gripe aviária que não afeta humanos, a doença de Newcastle, para transportar ao corpo do paciente a proteína S (espícula) do coronavírus.
A cepa viral escolhida para a fabricação da ButanVac, de acordo com Dimas Covas, é a variante P.1 do coronavírus, que tem maior capacidade de transmissão e letalidade. Além do Brasil, a ButanVac será testada na Tailândia e no Vietnã.