Brasil volta a ter a MAIOR taxa de Juros do mundo; Veja ranking

Brasil volta a ter a MAIOR taxa de Juros do mundo; Veja ranking

Nesta quarta-feira (1º), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juro da economia brasileira, de 12,75% para 12,25% ao ano.

A redução foi a terceira consecutiva e estas sucederam sete decisões do Copom em manter estável a taxa Selic no país. Aliás, até o início de agosto, os juros estavam no maior patamar em quase sete anos, algo que aconteceu devido ao ciclo de 12 avanços promovidos pelo Copom entre março de 2021 e agosto de 2022.

Embora o BC tenha reduzido novamente a taxa Selic, o Brasil voltou à liderança do ranking mundial dos juros reais, após cair para a segunda posição em setembro. Inclusive, o país vem ocupando o primeiro lugar desde maio de 2022, e só perdeu a liderança pelo período de 45 dias, entre setembro e novembro.

Levantamento desconta inflação

A saber, os juros reais no Brasil subiram de 6,3% para 6,9% ao ano após a decisão do BC sobre a taxa Selic. A taxa subiu por causa da inflação, que está mais fraca no país. Isso porque o ranking considera a inflação projetada para o país nos 12 meses seguintes.

A propósito, o dado faz parte de um levantamento compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management, que analisa 40 países, incluindo Estados Unidos, China, Japão e Alemanha, as maiores economias do planeta.

Confira abaixo os 15 países com os maiores juros reais do planeta.

1º Brasil 6,90%
2º México 6,89%
3º Colômbia 5,48%
4º Hungria 4,62%
5º Chile 4,44%
6º Indonésia 3,93%
7º Rússia 3,69%
8º República Tcheca 3,31%
9º Hong Kong 2,90%
10º África do Sul 2,64%
11º Filipinas 2,51%
12º Coreia do Sul 2,15%
13º Estados Unidos 1,72%
14º Itália 1,62%
15º Israel 1,47%

Outros 19 países pesquisados também apresentaram taxas positivas de juros reais, destacando-se França (1,25%), Alemanha (1,05%) e Reino Unido (0,97%), algumas das maiores economias do mundo.

Argentina tem os menores juros reais do mundo

Enquanto o Brasil voltou à liderança mundial dos juros reais, a Argentina continuou na outra ponta da tabela, mantendo a última posição do ranking. O vizinho sul-americano apresentou um juro real negativo de 10,87%.

Além da Argentina, outros três países também tiveram taxas negativas dos juros reais. Veja abaixo os únicos países com taxas negativas da pesquisa:

  • Argentina: -10,87%;
  • Turquia: -2,95%;
  • Japão: -2,61%;
  • Polônia: -0,54%;
  • Suíça: -0,54%;
  • Taiwan: -0,07%.

No final de junho, apenas 18 países estavam com taxas positivas. Em contrapartida, outras 22 nações estavam com juros negativos. Isso mostra uma grande mudança da política monetária de diversos países nos últimos meses, indicando que os juros elevados nos países vêm conseguindo conter a alta da inflação, e agora com ainda mais intensidade.

Apenas seis países tiveram juros reais negativos em novembro
Apenas seis países tiveram juros reais negativos em novembro. Imagem: Reprodução/CNI.

Veja quem lidera o ranking de juros nominais

Em suma, o levantamento também revelou as taxas de juros nominais entre os 40 países. Essa lista se refere ao valor nominal dos juros em cada um dos países analisados, sem descontar a inflação projetada para os meses seguintes.

Nesse ranking, a Argentina liderou com bastante folga, apresentando uma taxa básica de juro da economia de expressivos 133% ao ano. A situação foi completamente diferente da observada no ranking dos juros reais.

Cabe salientar que a Argentina vem tentando sair de uma recessão econômica desde 2018. Em 2021, a inflação disparou 50,9% no país, uma das maiores taxas do mundo. A situação piorou em 2022, com a taxa saltando para 94,8%.

Em meio a isso, o Banco Central argentino passou a elevar os juros no país. Aliás, como ambas as taxas, de inflação e de juros, estão muito elevadas, a Argentina acaba apresentando a menor taxa de juro real entre os 40 países do levantamento, apesar de ter o maior juro nominal da lista.

Brasil tem o sexto maio juro nominal do mundo

De acordo com o levantamento, o Brasil caiu para a sexta posição, com a taxa passando de 13,25% para 12,75% ao ano. Até junho, quando o Copom havia mantido os juros em 13,75% ao ano, o país estava na segunda posição. Entretanto, caiu para a quarta posição no mês passado, quando a taxa caiu para 13,25%, e agora caiu novamente, dessa vez para o sexto lugar.

Em síntese, o top dez dos juros nominais foi formado pelos seguintes países:

  1. Argentina: 133%;
  2. Turquia: 35,00%;
  3. Rússia: 15,00%;
  4. Hungria: 13,00%;
  5. Colômbia: 13,25%;
  6. Brasil: 12,25%;
  7. México: 11,25%;
  8. Chile: 9,00%;
  9. África do Sul: 8,25%;
  10. República Tcheca: 7,00%.

Veja também as taxas em algumas das maiores economias do mundo: Estados Unidos (5,50%, em 15º), Reino Unido (5,25%, em 16º), Alemanha (4,50%, em 20º), França (4,50%, em 28º), China (4,35%, em 30º) e Japão (-0,10%, em 39º). A Suíça tem os menores juros entre todos os países, de -0,75%.

Como a taxa Selic afeta os brasileiros?

Em resumo, a taxa Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços, a famosa e temida inflação. Assim, quanto mais alta a taxa Selic estiver, mais altos ficarão os juros no país, pois a Selic puxa consigo os juros para cima, no geral.

Dessa forma, o crédito fica mais caro no Brasil, reduzindo o poder de compra do consumidor. Portanto, as pessoas se veem obrigadas a pagar mais caro para contratar crédito, muitas delas reduzem seus gastos e modificam seus hábitos de consumo para adequarem suas rendas à nova realidade financeira.

A principal consequência de tudo isso é o desaquecimento da economia brasileira, uma vez que o consumo é um dos principais motores da atividade econômica.

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