A partir deste ano de 2023, o Brasil deverá investir mais na produção de alimentos no país. Foi o que disse o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (MDB) em entrevista ao jornal Globo Rural, divulgada neste domingo (29). Ele disse que uma maior produção pode contribuir para uma redução dos números da fome no país.
Na visão de Fávaro, o Ministério da Agricultura pode contribuir com apoio aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social em duas frentes. A primeira é a produção maior de alimentos, e a segunda é a geração de empregos no setor da agricultura, o que poderia fazer com que mais pessoas saíssem da situação de pobreza.
“Não é possível nós termos abundância de produção, com safras cada vez maiores, e ter gente na “fila do ossinho”, passando fome. O grande legado que o presidente Lula vai deixar é tirar o Brasil do Mapa da Fome mais uma vez. E o Ministério da Agricultura tem um papel relevante”, disse o Ministro.
“Em um primeiro momento, com a oferta abundante de alimentos, que já o faz, mas, depois, na expansão de área com respeito ao meio ambiente, sobre pastagens com baixa produção, que hoje estão degradadas e podem ser renovadas. É possível incrementar a área produtiva de 5% a 10% anualmente. Isso vai gerar emprego na cidade, oportunidades de indústrias e também oportunidades no campo.”
“O Ministério da Agricultura vai trabalhar sob a ótica do apoio à preservação ambiental, na busca do carbono neutro e é possível fazer isso com crescimento ainda da agricultura e no combate à fome”, completou o Ministro durante a sua entrevista para o jornal Globo Rural.
Fome no Brasil
Dados de diferentes pesquisas mostram que milhões de brasileiros convivem hoje com algum nível de insegurança alimentar. Parte deles estão em situação de extrema-pobreza, tendo que sobreviver com menos de R$ 105 per capita por mês.
Hoje já existem alguns projetos para atender este público. O Bolsa Família, por exemplo, faz pagamentos de R$ 600 mínimos por mês. Além disso, o Ministério da Agricultura também trabalha com programas de distribuição de alimentos.
Entretanto, entrar nestes sistemas nem sempre é uma tarefa fácil. Em alguns casos, por exemplo, o cidadão precisa esperar por vários meses até que os seus nomes sejam selecionados pelo Ministério do Desenvolvimento Social.
Além disso, mesmo as pessoas que entram no projeto não estão livres da insegurança alimentar. Hoje, o Bolsa Família de R$ 600 não paga nem uma cesta básica em boa parte das cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, por exemplo.
Além da fome no Brasil
Durante a entrevista ao jornal, o Ministro também revelou que o Ministério da Agricultura terá uma preocupação com a questão ambiental. Neste sentido, ele disse que está trabalhando em conjunto com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede).
“As pessoas descrentes vão se surpreender com o nosso alinhamento em torno da produção sustentável. Não podemos só usar o comando e controle, o rigor da lei para combater más práticas ambientais, mas também premiar e incentivar as boas práticas. Esse alinhamento transversal será muito importante.”