O Brasil registrou entre os meses de janeiro e março deste ano, 152 mortes de bancários em decorrência da Covid-19. O número revela portanto que o país tem em média 50 mortos dessa categoria trabalhista por mês. É um aumento de 176% em relação ao mesmo período do ano passado.
Até por isso, sindicatos que representam essa categoria trabalhista estão pedindo para que o Governo Federal apresse a inclusão desses trabalhadores na prioridade da vacinação contra a doença. Como se sabe, boa parte desses profissionais tiveram que seguir trabalhando mesmo na pandemia.
Um exemplo disso foram os funcionários da Caixa Econômica Federal. A grande maioria deles seguiu trabalhando normalmente para atender a grande demanda de pessoas que estavam recebendo o Auxílio Emergencial. Isso, aliás, está se repetindo agora em 2021.
Para falar sobre esse assunto, membros de sindicatos tiveram um encontro com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta sexta-feira (11). A reunião aconteceu na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na cidade de São Paulo.
Vários nomes de peso do setor estavam no encontro. Alguns deputados também. Foi o caso, por exemplo, de Carla Zambelli (PSL), uma das principais defensoras do Presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. Nesta reunião, ela pediu por mais “otimismo”.
Vacinas para bancários?
Neste encontro, o Ministro Queiroga disse que não podia inserir os bancários na lista de prioridade da vacinação porque não é ele que teria esse poder. De acordo com ele, quem faz isso é uma equipe técnica do Plano Nacional de Imunização (PNI).
No entanto, ele deixou claro que vai passar essa reivindicação para essa equipe e pedir urgência nessa situação. Não se sabe ao certo se o Ministro deixou claro uma data para entregar essa resposta. O que se sabe é que os trabalhadores estão com pressa. Qualquer dose pode acabar ajudando a salvar uma vida agora.
“Todas as recomendações para ampliar o acesso à vacina são justas. Elas têm que ser analisadas do ponto de vista técnico. Pedi isso às lideranças sindicais e da Febraban e vamos submeter à câmara técnica do programa nacional para que esse grupo possa ser incluído. Não é um ato discricionário do ministro”, disse o Ministro na reunião.
Máscaras
Vale lembrar que essa reunião aconteceu um dia depois de o Presidente Jair Bolsonaro insinuar que poderia revogar a lei que obriga o uso de máscaras por pessoas que tomaram a vacina contra a Covid-19. O próprio Presidente voltou atrás dessa afirmação e disse agora que a decisão cabe ao Ministro e aos Governadores.
No que depender de Queiroga, as máscaras continuam sendo obrigatórias principalmente no ambiente de trabalho. E ele fez questão de deixar isso claro nesta reunião com os bancários em São Paulo. “É uma das recomendações para o controle do vírus, né?”, disse ele.
“Não só máscara, como também distanciamento, higienização das mãos, fazer um amplo programa de testagens para que possamos identificar os casos contaminados e seus contatos e essas pessoas ficarem isoladas. E permitir que haja a compatibilidade entre a assistência à saúde e a economia”, completou.