Bolsonaro recua e não troca comando da PF; Moro quer escolher substituto
Bolsonaro recuou e adiou, por ora, a demissão do delegado do comando da PF.
O ministro Sergio Moro pediu demissão a Jair Bolsonaro ao ser informado pelo presidente da decisão de trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo. No entanto, Bolsonaro recuou e adiou, por ora, a demissão do delegado do comando da PF.
A tentativa de Bolsonaro de trocar o comando da PF levou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a pedir demissão do cargo. Em reunião na última quarta-feira (22), Moro afirmou que se demitiria na hipótese de exoneração de Valeixo. O delegado é um homem de confiança do ministro na PF, órgão vinculado à pasta da Justiça.
O entendimento é que Valeixo deixe o cargo nos próximos meses. Atualmente, de acordo com interlocutores do ministro, o ponto principal do embate entre Moro e Bolsonaro não é mais garantir a permanência de Valeixo no cargo, mas sim escolher o sucessor dele. O atual ministro Sérgio Moro quer ter poder na nomeação do sucessor.
Os demais ministros conseguiram convencer Bolsonaro a manter Valeixo no cargo. Segundo o site Valor Econômico, do “O Globo”, ao menos três generais ligaram para Moro, que também recebeu diversas mensagens de parlamentares ligados a Jair Bolsonaro. Todos eles pediram para que o ministro fique no cargo.
O ministro Sérgio Moro tem receio, no momento, que um delegado de perfil político, e não técnico, assuma o comando da Polícia Federal. O preferido de Bolsonaro para assumir a PF é o delegado Anderson Gustavo Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele tem o apoio do governador Ibaneis Rocha e do MDB. Além disso, Torres é amigo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
No dia 22, ontem, Ibaneis e o presidente conversaram sobre a troca de comando em reunião ocorrida no Palácio (sem a presença de Moro). O Ministro ficou sabendo do encontro depois, através de um assessor.
Além de Torres, o diretor da Agência Brasileira de Informação (Abin), Alexandre Ramagem, também é cotado para dirigir a PF. Ele conta com o apoio do vereador carioca Carlos Bolsonaro e a simpatia do general Augusto Heleno.
De costume, quando o diretor-geral da PF deixa o cargo, ele indica ao menos três nomes de potenciais substitutos e os entrega ao ministro da Justiça, que os submete ao presidente da República.
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