O plano de dar um reajuste salarial para os servidores federais ainda em 2022 se tornou um pouco mais difícil. Em entrevista concedida ao SBT nesta terça-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que provavelmente não conseguirá pagar o aumento de salário para os trabalhadores, mas indicou que realizará o ato no próximo ano.
“Lamento, pelo que tudo indica não será possível dar nenhum reajuste para os servidores no corrente ano. Mas já está na legislação nossa, a LOA (Lei Orçamentária Anual), etc., de que para o ano que vem teremos reajustes e reestruturações”, afirmou o presidente na entrevista para o SBT. A declaração repercutiu entre os servidores.
No final do ano passado, o presidente chegou a prometer que pagaria um reajuste salarial apenas para os servidores da área de segurança. A declaração não foi bem recebida pelos servidores de outras áreas, que começaram a pedir o mesmo reajuste. Diante da negativa, algumas categorias decidiram realizar paralisações e até mesmo greves.
O cenário obrigou o Governo Federal a dar uma resposta para os servidores. No início de maio, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que aceitaria pagar um reajuste para todos os servidores. Entretanto, ele deixou claro que o aumento só poderia ser de 5%. Diante da promessa, algumas categorias voltaram ao trabalho e outras seguiram em greve.
Na semana passada, aliás, alguns veículos de mídia chegaram a noticiar que o Palácio do Planalto avaliava a possibilidade de desistir de dar o reajuste para todas as categorias este ano. A informação foi confirmada agora com a nova declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL). De todo modo, ele ainda não oficializou se seguirá com a ideia.
Com a declaração do presidente na entrevista para o SBT, cresce a expectativa em torno da reação dos servidores públicos diante da indicação. Parte dos trabalhadores acreditam que podem voltar para um sistema de greve, do qual tinham saído há pouco tempo.
É o caso, por exemplo, dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo as informações oficiais, os trabalhadores permaneceram em greve por quase dois meses até aceitarem as propostas do Governo Federal.
Oficialmente, os sindicatos que representam os servidores do INSS ainda não se pronunciaram sobre a nova sinalização do presidente. É provável que eles lancem uma nota sobre o tema dentro de mais algumas horas.
Entretanto, mesmo antes da sinalização de Bolsonaro, alguns servidores já estavam em greve. É o caso, por exemplo, dos trabalhadores da área do Banco Central (BC). Os servidores estão parados e exigem um reajuste de mais de 15% além da reestruturação das carreiras.
Os funcionários do Tesouro Nacional, por exemplo, seguem parados até agora. Eles também pedem reajuste salarial e reestruturação de carreira neste momento. Entretanto, ainda não se pronunciaram a respeito da nova sinalização do presidente.
Na mesma entrevista, aliás, Bolsonaro também afirmou que só fará qualquer sinalização sobre o teto de gastos depois do fim das eleições presidenciais deste ano. Em entrevistas recentes, ele chegou a indicar que poderia acabar com a regra.