O Presidente voltou a falar sobre a questão da prorrogação do auxílio emergencial. Essa foi portanto a primeira vez que ele tocou neste assunto desde que o Ministro da Cidadania, João Roma, garantiu ainda na semana passada que o projeto em questão não iria ser esticado por mais alguns meses.
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De acordo com Bolsonaro, o Auxílio Emergencial não pode ser prorrogado mesmo. Ele disse, entre outras coisas, que entende que o programa atende muita gente e que várias pessoas estão pedindo pela prorrogação. Ele argumentou, no entanto, que não pode fazer isso por uma questão de respeito com as contas públicas.
“O auxílio emergencial acaba agora, este mês, não tem como continuar. Muita gente quer que continue, continue até quando? A nossa capacidade de endividamento já está ultrapassando o limite”, disse o Presidente em entrevista para uma rádio do estado do Mato Grosso do Sul nesta segunda-feira (25).
Essa declaração acabou levantando uma série de críticas nas redes sociais. Muita gente lembrou, por exemplo, que algo em torno de 25 milhões de pessoas que hoje recebem o Auxílio Emergencial ficarão sem nada a partir do próximo mês de novembro. O próprio Ministro da Cidadania confirmou esse dado.
Isso vai acontecer porque, por mais que o Governo comece os pagamentos do Auxílio Brasil, esse programa não vai ter espaço para todo mundo. De acordo com as projeções mais otimistas, ele vai ter lugar para no máximo 17 milhões de brasileiros. Só hoje, o benefício Emergencial atende cerca de 35 milhões de cidadãos.
A grande questão é que enquanto afirma que não tem mais espaço para prorrogar o Auxílio Emergencial, o Governo segue afirmando que vai aumentar outros gastos com outros programas sociais. E foi o próprio Presidente Jair Bolsonaro que falou isso.
Na última semana, por exemplo, ele disse que vai aumentar o valor do Bolsa Família para além do esperado. A expectativa inicial é que as pessoas ganhassem R$ 300 por mês, mas agora esse patamar vai ser de R$ 400. E alguns indivíduos podem chegar a ganhar R$ 500.
Além disso, Bolsonaro também confirmou a criação de um Auxílio de R$ 400 para cerca de 750 mil caminhoneiros. De acordo com ele, o objetivo é ajudar esses trabalhadores a pagarem o diesel que está ficando mais caro a cada semana.
Para pagar esses benefícios, o Governo vem afirmando que vai ferir o teto de gastos de algumas forma. O próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) confirmaram isso.
De acordo com os dois o Governo vai precisar pegar dinheiro de fora do teto para bancar esses benefícios. No entanto, eles seguem dizendo que não irão poder fazer isso para pagar a prorrogação do Auxílio Emergencial.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, algo em torno de 35 milhões de pessoas são usuárias do Auxílio Emergencial. O programa retornou com os seus pagamentos ainda em abril deste ano. Os valores variam entre R$ 150 e R$ 375 a depender do público.