O Nordeste do Brasil registra neste momento a maior fila de entrada para o Bolsa Família. Quem está dizendo isso é um levantamento feito pelo Consórcio Nordeste. De acordo com os dados, o país registra até junho deste ano algo em torno de 2,3 milhões de pessoas nesta situação. Pelo menos esse é o resultado da pesquisa.
Essa fila é formada por brasileiros que estão no Cadúnico, preenchem todos os requisitos de entrada no programa, mas mesmo assim não estão recebendo o dinheiro. Isso acontece na prática, porque o Governo Federal possui um limite de gastos com o projeto. Então sempre que o número de usuários passa do estimulado, os cidadãos vão para essa lista de espera.
De acordo com o Consórcio, a região que registra a maior fila até junho deste ano foi o Nordeste, com cerca de 844 mil pessoas nesta lista de espera. Logo depois vem o Sudeste com cerca de 834 mil brasileiros nesta situação. É preciso lembrar, no entanto, que há uma diferença populacional muito grande entre essas duas regiões.
A terceira região com mais indivíduos na lista de espera é o Sudeste com 247 mil pessoas. A lista se fecha com o Sul, que registra cerca de 205 mil brasileiros nesta situação e com o Centro-Oeste com algo em torno de 138 mil cidadãos. Todos eles estão esperando para poder entrar no benefício.
“Veja que só no Nordeste são 844.372 famílias, não se trata de um número: são milhões de pessoas passando fome. Estamos falando de 2.271.265 famílias no Brasil nesta situação de encaminhar o pedido, o direito e não serem atendidas. É o país sonegando o pão de cada dia para mães e suas famílias”, disse o Presidente do Consórcio Nordeste, o Governador do Piauí, Wellington Dias (PT-PI).
Bolsa Família no Nordeste
Nas últimas semanas, alguns políticos do Nordeste estão acusando o Governo Federal de uma possível “discriminação”. De acordo com esses políticos, o Palácio do Planalto estaria tirando nordestinos no programa com uma frequência não comum.
De acordo com dados do Consórcio Nordeste cerca 48 mil nordestinos perderam o direito de receber o Bolsa Família entre os meses de dezembro de 2020 e fevereiro de 2021. No Norte, contando este mesmo período de tempo, seriam algo em torno de 13 mil perdas.
Durante este mesmo recorte temporal, as outras regiões acabaram registrando ganhos de usuários. Membros do Consórcio estão usando esses dados para dizer que o Governo Federal estaria discriminando algumas regiões.
O que diz o Governo
Em nota, o Ministério da Cidadania disse que o número de usuários do Bolsa Família só cresceu durante o Governo de Jair Bolsonaro. Eles disseram que o programa atende atualmente mais de 14 milhões de pessoas.
Ainda de acordo com o Ministério, esse número é recorde dentro da história do projeto. Ao falar sobre as filas, eles disseram que isso aconteceria por um movimento natural de entrada e saída constante de pessoas.
Sobre uma possível discriminação, o Ministério argumenta que o processo de escolha de usuários é informatizado. Eles afirmam que isso impediria que qualquer usuário perca o benefício por questões pessoais.