Na última semana, o Presidente Jair Bolsonaro tomou oficialmente a decisão de aumentar imposto para conseguir pagar uma elevação no valor do Bolsa Família. A ideia acabou gerando muita insatisfação dentro de certos grupos políticos. Um deles, por exemplo, foram os parlamentares mais liberais.
Neste final de semana, o Deputado Federal, Kim Kataguiri (DEM-SP), foi um deles. De acordo com ele, a situação atual estaria deixando Bolsonaro e o PT, que é o maior partido de oposição do Brasil, em situações semelhantes. Ele ainda fez duras críticas ao chefe de estado o chamando de “populista”.
“O populismo desse governo é digno do petismo. Assim como Dilma segurou artificialmente o preço dos combustíveis e maquiou as contas públicas para fingir que não havia problemas, assim também é o Bolsonaro aumentando impostos para pagar o seu próprio Bolsa-Família”, postou o parlamentar em sua conta oficial do Twitter.
Esta não é, no entanto, a primeira vez que o Presidente Jair Bolsonaro é comparado ao PT. No último mês, o ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, comparou o atual chefe do executivo com Dilma Rousseff, que governou o país durante cerca de seis anos. E o motivo foi justamente a questão fiscal.
Na época, Maia também disse que Bolsonaro e Dilma se pareciam porque estariam tentando quebrar regras econômicas às vésperas das eleições. Nem o PT nem o Presidente se manifestaram sobre as críticas dos parlamentares. Pelo menos não até a publicação deste artigo em questão.
A ideia de Bolsonaro de ampliar o IOF tem total relação com o Bolsa Família. De acordo com o Governo, isso vai acabar gerando mais receita para o Palácio do Planalto. Por consequência, eles irão conseguir aumentar o patamar de repasses.
Vale lembrar, no entanto, que esse aumento vai valer apenas para este ano. Eles deverão salvar o aumento do programa até dezembro de 2021. O problema do Governo Federal parece estar mesmo nos repasses do próximo ano.
De acordo com as informações de bastidores, para tentar manter o aumento no valor do programa em 2022, a ideia é conseguir o direito de parcelar os precatórios. Segundo o Ministro da Economia, Paulo Guedes, isso abriria um espaço dentro do teto de gastos públicos.
Enquanto o Governo Federal não bate o martelo sobre o futuro do Bolsa Família, os pagamentos do Auxílio Emergencial estão seguindo. E mesmo sem aumento de imposto, algo em torno de 35,4 milhões estão recebendo o benefício em questão.
De acordo com o Ministério da Cidadania, os valores do programa estão variando entre R$ 150 e R$ 375 a depender do público que recebe. No caso das mães chefes de família, por exemplo, os repasses em questão são os maiores.
A expectativa deste Governo Federal é que o Auxílio Emergencial siga realizando os pagamentos até o próximo mês de outubro. Depois disso, parte dos usuários do programa poderá migrar para o novo Bolsa Família, que deve estrear com valor maior justamente por causa do aumento do imposto.