A Caixa Econômica Federal iniciou na última sexta-feira (16) o pagamento do Bolsa Família no país. Milhares de beneficiários que estão recebendo a parcela de fevereiro, e quem ainda não recebeu o direito de sacar o benefício aguarda ansiosamente pelo repasse deste mês. Contudo, nem todos receberão o valor completo da próxima parcela.
Em resumo, o Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda do país e vem ajudando famílias brasileiras que estão em situação de vulnerabilidade. A parcela mínima no país é de R$ 600 por beneficiário, mas o valor pode cair para metade para um grupo específico de inscritos.
Essa notícia preocupa muitas pessoas que dependem exclusivamente do benefício para terem alguma renda no mês. Entretanto, a redução do valor não atinge todos os usuários. De todo modo, é sempre importante falar sobre a Regra de Proteção do Bolsa Família, que envolve a redução do valor.
Regra de Proteção do Bolsa Família
O governo Lula retomou o Bolsa Família no Brasil em março de 2023, promovendo várias mudanças no benefício. Em suma, o novo governo extinguiu o Auxílio Brasil, criado em 2021, durante o governo do ex-presidente de Jair Bolsonaro, para ficar no lugar do Bolsa Família.
Com isso, o reformulado programa social substituiu a Regra de Emancipação do Auxílio Brasil pela Regra de Proteção do Bolsa Família. Anteriormente, os usuários poderiam ingressar no Bolsa Família caso tivessem uma renda de até R$ 210 por pessoa da família. Com a nova regra, o valor subiu para R$ 218 mensais.
No entanto, as famílias seguradas do Bolsa Família que registram aumento da renda, superando essa marca de R$ 218, não perdem o benefício de imediato. Contudo, isso acontece apenas para as famílias cuja nova renda por pessoa não ultrapasse meio salário mínimo (R$ 706).
As famílias que se enquadram nesta realidade, com a renda por pessoa superando os R$ 218, mas ficando abaixo de R$ 706, recebem metade do benefício por mais dois anos para conseguir controlar as finanças, possuindo mais possibilidades de organizar as dívidas e contas até que o benefício deixe de ser pago. Nesse período de dois anos, o governo pagará 50% do valor da parcela que as famílias tinham direito ao valor integral.
Governo mantém usuários no programa social
A saber, o Bolsa Família possui três objetivos principais:
- Combater a fome, por meio da transferência direta de renda às famílias beneficiárias;
- Contribuir para a interrupção do ciclo de reprodução da pobreza entre as gerações;
- Promover o desenvolvimento e a proteção social das famílias, especialmente das crianças, dos adolescentes e dos jovens em situação de pobreza.
Em suma, as famílias que registram aumento na renda e conseguem sair do grupo das pessoas mais vulneráveis do país, perdem o direito de receber o benefício. Inclusive, há alguns requisitos que devem ser atendidos para que as pessoas tenham direito ao Bolsa Família. Caso isso não aconteça, não há como receber a parcela do benefício.
Em outras palavras, o Governo Federal poderia retirar imediatamente as famílias que deixam de cumprir todos os requisitos do programa de transferência de renda. Contudo, a Regra de Proteção do Bolsa Família garante o recebimento de 50% do valor por mais dois anos, em caso de aumento de renda que supere os R$ 218 por pessoa.
Mais de 2 milhões estão na Regra de Proteção
Em fevereiro, 2,29 milhões de beneficiários estavam na Regra de Proteção, recebendo 50% do valor. Aliás, vale destacar que o governo garante o retorno da família ao programa social caso tenha perdido a renda ou tenha pedido para sair do programa.
A Regra de Proteção não garante o pagamento dos benefícios adicionais para crianças, adolescentes e gestantes. Ainda assim, o valor médio pago às famílias que estão nesta regra superam a metade de R$ 600, que é o valor mínimo pago pelo governo. Em fevereiro, o valor chegou a R$ 372,45, para alegria dos segurados.
A propósito, veja abaixo quais são os benefícios adicionais do Bolsa Família:
- Benefício Primeira Infância: desde março de 2023, o governo vem realizando o pagamento de R$ 150 por criança de até seis anos de idade.
- Benefício Variável Familiar: assegura o pagamento de um valor adicional de R$ 50 a crianças e jovens de sete a 18 anos, bem como a gestantes e lactantes integrantes da composição familiar.
- Benefício Variável Familiar Nutriz: em setembro, o governo começou a pagar um adicional de R$ 50 para os indivíduos das famílias que possuem até sete meses incompletos, ajudando no crescimento nutricional do bebê.
- Auxílio Gás: em fevereiro, o governo voltou a pagar o benefício no país. Os repasses do auxílio são bimestrais, ou seja, ocorrem a cada dois meses. Por isso que os pagamentos ficaram paralisados em janeiro, retornando neste mês de fevereiro.
Cabe salientar que o repasse de todos esses benefícios ocorrem na mesma data de pagamento do Bolsa Família. Assim, os usuários que tiverem direito aos benefícios irão receber os valores conforme o calendário do principal programa social do país.