Nos últimos meses, aumentaram as dúvidas e preocupações em torno do Auxílio Emergencial, especialmente entre os beneficiários do Bolsa Família. Muito se viu nas redes sociais sobre a possibilidade de famílias carentes terem que devolver valores recebidos durante a pandemia de Covid-19.
Mas, afinal, quem realmente precisa ressarcir o governo? A seguir, você encontra as informações verdadeiras, o que diz o Governo Federal e como identificar se o seu caso está entre os que devem devolver algum valor.
Entenda o contexto do Auxílio Emergencial e sua relação com o Bolsa Família
Lançado em 2020, o Auxílio Emergencial foi uma ajuda financeira oferecida a milhões de brasileiros afetados economicamente pela pandemia. O programa atendeu trabalhadores informais, autônomos, desempregados e inscritos em programas sociais como o Bolsa Família. O objetivo era minimizar o impacto da crise estimulando a renda das famílias mais vulneráveis.
Durante sua vigência, houve sobreposição: muitos beneficiários do Bolsa Família passaram a receber o valor do auxílio por considerarem mais vantajoso, conforme regras do programa. Com o fim das parcelas, surgiram revisões para apurar pagamentos considerados indevidos. Nas redes, rapidamente se disseminou o boato de que todos do Bolsa Família teriam que devolver a quantia recebida, gerando insegurança e dúvidas.
Quem realmente precisa devolver o Auxílio Emergencial?
Ao contrário do que circula em postagens virais, o Governo Federal não irá cobrar todas as famílias carentes que receberam o benefício durante a pandemia. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), somente aqueles que receberam de maneira indevida serão notificados para devolução. Isso inclui funcionários com emprego formal registrado na época dos pagamentos, quem tinha renda superior às regras do programa ou recebeu valores acumulados, fora dos critérios estabelecidos.
Critérios que isentam da devolução
- Pessoas cadastradas no Bolsa Família
- Inscritos no Cadastro Único (CadÚnico)
- Famílias com renda per capita de até dois salários mínimos ou renda familiar de até três salários mínimos
- Quem recebeu menos de R$ 1.800 de auxílio
Portanto, a ampla maioria dos que se encontram em situação de vulnerabilidade não serão obrigados a devolver valores. Esse esclarecimento oficial do Governo Federal busca acabar com as informações distorcidas veiculadas online.
Como identificar se você está entre os notificados para devolução?
O processo de notificação é bastante claro e direcionado. Desde março deste ano, mais de 177 mil famílias vêm sendo contactadas pelo Governo Federal, principalmente e pelo aplicativo Notifica. Essas pessoas receberam mensagens formais, com orientações para ressarcimento.
Importante: só será cobrado quem tiver recebido valores de maneira comprovadamente indevida. Caso você não tenha recebido nenhuma mensagem, é provável que não esteja entre os que devem devolver qualquer valor relacionado ao auxílio.

Boatos e Fake News: o papel das redes sociais e a verdade sobre o tema
Mensagens alarmantes alegando que o governo Lula (PT) determinou a obrigatoriedade da devolução para todas as famílias do Bolsa Família não são verdadeiras. Posts assim acumulam milhares de curtidas e compartilhamentos em redes como Instagram, Facebook e TikTok, mas não condizem com a realidade.
Trechos manipulados de reportagens também colaboram com a desinformação, omitindo o fato de que o ressarcimento se aplica somente a quem desrespeitou os critérios do auxílio. O Ministério do Desenvolvimento Social reafirma que beneficiários em vulnerabilidade social não correm risco de cobrança indevida.
O que fazer ao receber uma notificação?
Se você recebeu uma comunicação solicitando devolução do Auxílio Emergencial, não ignore. O interessado deve acessar o sistema Vejae e fazer o pagamento via PagTesouro – plataforma oficial do governo. O pagamento pode ser efetuado através de Pix, cartão de crédito ou boleto.
Opções de pagamento
- À vista via Pix ou cartão de crédito
- Parcelado (até 60 vezes, sem juros ou multa)
O prazo para quitar é de 60 dias após o recebimento da notificação. Quem não paga nesse período pode ser inscrito na Dívida Ativa da União e ter o nome negativado.
Como evitar cair em golpes relacionados ao Auxílio Emergencial
Infelizmente, muitos golpistas se aproveitam do nervosismo gerado em torno do assunto para aplicar fraudes. Tomar alguns cuidados é fundamental:
- Verifique se a mensagem recebida veio de canais oficiais do governo
- Nunca clique em links suspeitos enviados por desconhecidos
- Consulte seu extrato e dados apenas em plataformas seguras, como o site do Governo ou os aplicativos oficiais
- Fique atento a cobranças indevidas; se tiver dúvidas, busque órgãos de defesa do consumidor
Como consultar sua situação junto ao Governo Federal
O Governo Federal disponibiliza canais para consulta da sua situação em relação ao auxílio e Bolsa Família. Dentre eles:
- Portal oficial do Ministério da Cidadania
- Aplicativo Caixa Tem
- Aplicativo Meu CadÚnico
- Central de Atendimento 121
Por essas plataformas, é possível verificar eventuais pendências ou cobranças e resolver dúvidas sem sair de casa.
Perguntas Frequentes
- Quem corre risco de ser cobrado pelo Auxílio Emergencial? Somente pessoas que receberam o benefício indevidamente, com emprego formal, renda acima dos limites ou informações inconsistentes.
- Os inscritos no Bolsa Família podem ser obrigados a devolver valores? Não. Quem está regular no Bolsa Família e preencheu os critérios não sofrerá cobrança.
- O que fazer se eu receber uma mensagem de cobrança? Acesse o site oficial indicado e verifique a procedência. Siga as instruções só se a mensagem for autêntica.
- Famílias que receberam menos de R$ 1.800 precisam devolver? Essas famílias estão isentas da devolução, segundo nota oficial do MDS.
- Como parcelar o valor solicitado? Pelo sistema Vejae, é possível parcelar em até 60 vezes sem juros ou multa.
- Onde acho informações confiáveis sobre o tema? Consulte sempre portais oficiais do governo e desconfie de redes sociais e aplicativos não autorizados.
- Quais documentos usar para regularizar minha situação? RG, CPF e comprovante de renda são solicitados nos canais oficiais.
- Recebi o auxílio por engano, como devolver voluntariamente? Basta acessar o PagTesouro e seguir as orientações para devolução espontânea.
- O valor devolvido é corrigido? Não há juros ou multa se o pagamento for feito dentro do prazo de 60 dias.
- A cobrança pode ser questionada? Sim. Caso acredite na existência de erro, é possível recorrer nos canais oficiais do governo.












