O jornal O Globo cruzou dados do Ministério da Cidadania com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e descobriu que mais de 23 mil beneficiários do auxílio emergencial e do Bolsa Família doaram para campanhas eleitorais de prefeitos e vereadores. As doações somaram R$ 23,8 milhões.
O levantamento feito pelo O Globo leva em conta repasses de R$ 13,2 milhões de doações financeiras e R$ 10,6 milhões de doações estimadas. As doações estimadas são feitas por quem contribui com algum tipo de serviço ou material e calculam quanto custariam. Isso vale para, por exemplo, faxina e pintura.
A média de doações feitas é de R$ 650. Como as cinco primeiras parcelas pagas são de R$ 600, é como se uma das parcelas tivesse sido utilizada para financiar um político. Esse valor deve aumentar, pois o prazo para entregar a primeira parcial de contas termina neste domingo (25).
Até a última sexta-feira à noite (23), os candidatos que irão disputar eleição haviam declarado mais de R$ 424 milhões em receitas próprias ou de pessoas físicas. Deste total, 5,6% vieram de beneficiários do Bolsa Família e do auxílio emergencial.
Se não ultrapassar 10% da renda do ano anterior, essa doação não é irregular. Entretanto, caso a capacidade financeira dos doadores inscritos seja comprovada, o candidato político pode ter o registro indeferido.