O cantor Belo (Marcelo Pires Vieira) foi preso nesta quarta-feira (17) quatro dias após realizar um show em uma escola no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, apesar da proibição imposta por conta da pandemia de Covid-19. A prisão foi realizada pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), da Polícia Civil do estado.
Batizada de “É o que eu mereço”, nome de uma das músicas do cantor, a operação policial também prendeu sócios da produtora Série Gold e o chefe do tráfico do Parque União, Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga. Ao todo, foram expedidos quatro mandados de prisão preventiva.
O cantor chegou à delegacia por volta das 15h30 desta quarta (17) e disse que precisa “saber o que está acontecendo enquanto achar que cantar e fazer música é crime”.
Além dos quatro mandados de prisão preventiva, foram expedidos cinco mandados de busca e apreensão, um deles para realizar buscas na sede da produtora Série Gold, organizadora do evento no Complexo da Maré.
Como o show na escola não teve autorização das autoridades de Saúde, a polícia também investiga uma possível invasão ao colégio. Segundo relatos dos investigadores, algumas salas de aula do Ciep 326- Professor César Pernetta serviram como camarotes para o show do Belo. Nas fotos publicadas por fãs nas redes sociais é possível ver a aglomeração causada pela apresentação.
Belo alega que seguiu protocolos contra Covid-19
Apesar das fotos e vídeos dos fãs mostrarem pessoas aglomeradas e sem usar máscaras, quando a investigação foi aberta após o show no dia 12 de fevereiro, o cantor Belo alegou à TV Globo que todos os protocolos de segurança contra Covid-19 haviam sido seguidos.
“Fizemos o show seguindo todos os protocolos. Não temos controle do geral. Isso nem os governantes têm. As praias estão lotadas, transportes públicos, e só quem sofre as consequências são os artistas. Que foi o primeiro segmento a parar, e até agora não temos apoio de ninguém sobre a nossa retomada. Sustentamos mais de 50 famílias.”
Belo já havia sido preso em outras duas oportunidades, tendo sido condenado a 6 anos de prisão no dia 30 de dezembro de 2022 por associação ao tráfico de drogas. De acordo com a polícia, na ocasião, Belo teria negociado armas e drogas com um traficante pelo telefone. Após cumprir 1 mês de prisão, o cantor entrou com recurso e conseguiu o direito de responder em liberdade.
O Ministério Público recorreu da decisão e a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio aumentou a pena do cantor para 8 anos em regime fechado. Por essa razão, Belo se escondeu da polícia e só voltou a ser preso em 2004, quando foi encontrado em um esconderijo dentro da própria casa.