O Banco Central (BC) anunciou nesta semana que está estudando a possibilidade de aplicar uma série de mudanças no sistema do Pix. A plataforma de transferências e de pagamentos instantâneos é o meio eletrônico mais usado pelos brasileiros atualmente. Parte das alterações sugeridas ainda estão em estudo, mas podem sair do papel a qualquer momento.
Em entrevista divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta semana, o diretor da Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, Renato Dias de Brito Gomes, deu algumas declarações sobre o tema. Abaixo, separamos algumas das ideias citadas por ele e que estão em estudo neste momento dentro do Banco Central.
Possíveis alterações
Pix Automático
O Pix Automático funcionaria basicamente como hoje funciona o débito automático. Atualmente, o cidadão que deseja pagar um determinado débito por este sistema, precisa realizar uma espécie de convênio entre a prestadora de serviços e o banco. Na prática, o débito automático exige que o indivíduo seja cliente deste determinado banco.
Com o Pix automático, ele não mais precisaria ser cliente de qualquer instituição financeira. O pagamento poderia ser feito diretamente para o prestador de serviços, que descontaria o valor automaticamente pelo sistema de Pix.
“O sujeito vai conseguir estabelecer o Pix automático no balcão da academia com o celular”, disse o diretor. Ele frisou ainda que este modelo de pagamento estará pronto no final deste ano, e que poderá ser usado para o pagamento de contas de telefonia, energia, streaming e até mesmo para a compra de um produto que tenha um parcelamento longo.
Pix Garantido
A ideia do Pix Garantido é criar um procedimento que vai permitir que o cidadão parcele as suas compras por este sistema, com a garantia de recebimento para o cidadão que fizer a venda.
“Há soluções em que (o consumidor) vai finalizar uma compra e a firma liga (conecta) às instituições financeiras que vão oferecer a opção de crédito para a finalização da compra via Pix”, afirma o diretor do BC.
“Como existem muitas oportunidades e não sabemos exatamente como o modelo de negócios vai avançar, demos um passo atrás, estamos observando como avança. Mas é algo que nós vemos como vemos com bom olhos”, completa Gomes.
BolePix
Como o próprio nome já sugere, o BolePix seria uma espécie de versão do Pix para o boleto. A ideia é criar um Qr Code que poderia aparecer como boleto e o cliente poderia pagar aquele valor com o sistema do Pix.
A partir deste momento, o próprio sistema informaria no mesmo instante se o boleto foi pago ou não. Trata-se, portanto, de uma evolução do atual sistema de boleto, que normalmente pode levar dias para que a confirmação seja liberada. O BC espera colocar esta ideia em prática ainda no ano de 2024.
O sucesso do Pix
No último dia 7 de junho, o sistema de Pix bateu mais um recorde de transações diárias desde o início da sua história, ainda em 2020. Segundo informações divulgadas pelo Banco Central, mais de 124,7 milhões de operações foram realizadas dentro daquelas 24 horas.
Na avaliação do BC, o Pix é hoje o meio de pagamento mais utilizado por brasileiros de todas as regiões do país. A avaliação é de que os números são altos porque a ferramenta de transferência instantânea é fácil de usar e possui baixo custo.
Nesta semana, a fintech norte-americana Fiserv anunciou que brasileiros que viajarem para a Argentina poderão fazer compras através do sistema de Pix.
“Como a Fiserv opera em vários países da região, somos capazes de adaptar tecnologias localmente, melhorando a experiência de nossos clientes e, neste caso, as pessoas que visitam a Argentina”, disse Jorge Valdivia, executivo da Fiserv no Brasil à Folha de S. Paulo.