Economia

BB e Caixa anunciam nova redução na taxa de juros do consignado

Poucos minutos depois que o Banco Central (BC) decidiu reduzir a taxa Selic de 13,25% para 12,75% ao ano, nesta quarta-feira (20), instituições financeiras começaram a anunciar os impactos em suas contas. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, por exemplo, já anunciaram oficialmente a redução em suas taxas de juros para o consignado.

Com a nova redução confirmada pelo BC, a taxa Selic atingiu oficialmente o menor patamar em 16 meses. Trata-se da segunda redução consecutiva da taxa básica de juros. No último mês de agosto, o grupo já tinha decidido reduzir a Selic de 13,75% para 13,25%, ou seja, uma queda de 0,5 ponto, a exemplo do que se repetiu nesta quarta-feira (20) .

As reduções das taxas

  • Banco do Brasil

No Banco do Brasil, as reduções podem chegar a 0,04 ponto percentual por mês. Para as pessoas físicas, a instituição decidiu reduzir as taxas do consignado para funcionários públicos e beneficiários do INSS; financiamento de veículos; automático; salário; benefício; renovação; 13º salário; e cartão de crédito.

No caso específico do consignado do INSS, o Banco do Brasil deverá reduzir a taxa mínima de 1,75% para 1,71% por mês. Já o teto da linha vai passar de 1,89% para 1,85% ao mês. No caso do consignado público e no crédito estruturado, as taxas devem começar em 1,19% ao mês, e em 1,21% ao mês, respectivamente.

O banco também confirmou que houve corte em empréstimos voltados para pessoa jurídica e micro e pequenas empresas. Para estas situações, no entanto, os juros variam a depender do perfil do cliente. Todas estas mudanças já começam a valer a partir desta quinta-feira (21).

“E esse movimento já nos permite estabelecer melhores condições na concessão de crédito, sempre observando as boas práticas bancárias, apoiada em um cenário macroeconômico favorável, somado ao nosso monitoramento permanente das taxas de produtos de empréstimo, com o propósito de estabelecer sempre as condições mais adequadas para nossos clientes”, disse a presidente do Banco do Brasil, Taciana Medeiros, em suas redes sociais.

  • Caixa Econômica Federal

Já na Caixa Econômica Federal, a ideia é que a taxa média de juros do consignado passe de 1,61% para 1,55% ao mês. Neste caso, as mudanças também começam a valer a partir desta quinta-feira (21). A instituição, no entanto, ainda não informou quais são os novos valores que serão cobrados especificamente para o consignado do INSS.

Para as micro e pequenas empresas, a Caixa decidiu reduzir em 0,22 ponto as taxas mensais da linha de capital de giro. A partir de agora, estas linhas começam em 0,99%. Para além disso, o prazo para o pagamento passa a ser de até 60 meses, considerando uma carência de seis meses, a depender da modalidade.

Por meio de nota, a presidente do banco, Rita Serrano, elogiou o novo corte de 0,50 ponto na Selic, e disse que esta decisão é positiva para a economia. “São medidas que alcançam todos os clientes, auxiliando para que as empresas voltem a investir e contratar, e para que as pessoas possam voltar a sonhar e planejar suas vidas”, disse ela.

Rita Serrano elogiou nova redução da Selic. Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Pressão do Ministério por corte nos juros

Ainda antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (20), o ministro da previdência, Carlos Lupi (PDT) já vinha defendendo que a taxa de juros do consignado deveria ser reduzida na mesma velocidade em que a Selic for reduzida pelo Banco Central até o final deste ano.

“Nossa intenção é fixar essa taxa como referência para, cada vez que o Banco Central diminuir a taxa, a gente acompanhar a mesma proporcionalidade nas taxas do sistema de consignado”, disse o ministro durante reunião com parlamentares na câmara dos deputados ainda na quarta-feira (20).

Atualmente, a taxa máxima de juros definida pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) está na casa dos 1,91% ao mês, ou seja, os bancos podem definir as suas taxas, mas elas não podem ser maiores do que 1,91% ao mês. Este patamar foi definido logo depois que o BC reduziu a Selic pela primeira vez no ano, ainda no último mês de agosto.