Os bancos estão revisando suas projeções de crédito para as famílias, tanto em recursos livres quanto direcionados, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Conforme informações oficiais, a estimativa é que a carteira livre de crédito cresça 9,3% neste ano, em comparação com os 8,5% previstos anteriormente no levantamento realizado em maio. Já o crédito direcionado deve avançar 10,7%, frente aos 9,6% estimados anteriormente.
Segundo a Febraban, essas revisões refletem o mercado de trabalho ainda aquecido. Bem como, o dinamismo das linhas de crédito ligadas ao consumo, os estímulos do Plano Safra 2023/24 e a resiliência do crédito imobiliário.
Em resumo, a pesquisa ocorre a cada 45 dias após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Desse modo, foi realizada por meio de entrevistas com 19 bancos entre 28 de junho e 4 de julho.
Além disso, o levantamento revela que todos os participantes concordam com a possibilidade de o Copom iniciar um ciclo de redução da taxa Selic na próxima reunião, agendada para os dias 1º e 2 de agosto.
Desse modo, a expectativa média é que a flexibilização comece de forma mais moderada, com um corte de 0,25 ponto percentual, e acelere para 0,50 nos encontros seguintes, levando a taxa Selic a 12% até o final de 2023.
Já no que diz respeito ao crescimento da carteira de crédito total, houve uma ligeira revisão para baixo. Agora, a expectativa é de um aumento de 7,8% em 2023, em comparação com os 8,1% registrados na pesquisa anterior, realizada em maio.
De modo geral, a taxa Selic, ou Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é uma das principais ferramentas utilizadas pelo Banco Central do Brasil para controlar a economia do país. Uma vez que ela representa a taxa básica de juros da economia e influencia uma série de aspectos, desde o custo do crédito até o comportamento dos investimentos.
A taxa Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias para avaliar as condições econômicas e decidir sobre possíveis ajustes na taxa. Desse modo, seu objetivo principal é manter a inflação sob controle, buscando um equilíbrio entre o estímulo ao crescimento econômico e o controle dos preços.
Um dos principais mecanismos de transmissão da taxa Selic para a economia é por meio do mercado financeiro. Pois, quando o Copom decide aumentar a taxa Selic, os bancos centrais têm mais incentivo para oferecer empréstimos ao governo, pois recebem um retorno maior. Por conseguinte, isso acaba reduzindo a disponibilidade de crédito para empresas e consumidores, aumentando o custo do dinheiro e desacelerando a economia.
Por outro lado, quando o Copom decide reduzir a taxa Selic, os bancos centrais têm menos incentivo para emprestar ao governo, buscando outras opções mais rentáveis. Em resumo, osso aumenta a disponibilidade de crédito, reduzindo os juros e estimulando os investimentos e o consumo, o que pode impulsionar o crescimento econômico.
Além do impacto no mercado financeiro, a taxa Selic também influencia outros setores da economia, como o mercado imobiliário. Dessa forma, quando a taxa está alta, os financiamentos imobiliários tendem a ficar mais caros, reduzindo a demanda por imóveis e impactando o setor.
Já quando a taxa Selic está baixa, os financiamentos imobiliários se tornam mais acessíveis, estimulando a compra de imóveis e impulsionando o setor. É por isso que é tão importante acompanhar as decisões do Copom e as mudanças na taxa Selic, pois elas têm um impacto significativo no dia a dia dos brasileiros e no desenvolvimento econômico do país.