Bancos de todo o país já estão retirando dos seus pacotes de serviços as chamadas operações de transferência via Documento de Ordem de Crédito. Trata-se do sistema mais conhecido como DOC, usado por pessoas físicas e jurídicas para transferir dinheiro de uma conta para outra. Em um comunicado, as instituições financeiras já estão confirmando o fim do processo.
Quais bancos anunciaram decisão
Ao menos até aqui, duas instituições financeiras já confirmaram que não estão mais trabalhando com o sistema de DOC. São elas:
- Itaú (encerrou em janeiro);
- Santander (finalizou em setembro).
Outros bancos já definiram que deverão acabar com o sistema em breve. O Banco do Brasil, por exemplo, já anunciou que vai acabar com as transferências via DOC de pessoas físicas no dia 15 de outubro deste ano, ou seja, dentro de menos de um mês.
No caso do Bradesco e da Caixa Econômica Federal a ideia até agora é abandonar o sistema do DOC seguindo o cronograma que foi definido pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
Bancos nativos digitais populares, como C6 Bank e Original, nunca chegaram a oferecer o serviço de DOC. Até aqui, um cliente destas instituições poderia apenas receber o dinheiro por este sistema, mas não enviar.
O que diz a Febraban sobre o DOC
É preciso lembrar que o movimento que está sendo feito pelos bancos neste momento, nada mais é, do que uma antecipação de uma ordem que foi feita pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). O órgão já definiu que o sistema de Documento de Ordem de Crédito (DOC) vai ser encerrado até o dia 29 de fevereiro de 2024.
De todo modo, cada instituição poderá ter o poder de se antecipar e acabar com o sistema ainda antes desta data limite. A escolha por antecipar o final do DOC está sendo feita dentro de um contexto de queda de popularidade deste sistema, sobretudo depois da chegada do Pix no Brasil.
O DOC é um dos sistemas de transferência de dinheiro mais antigos do país. O processo foi criado ainda em 1985 pelo Banco Central (BC). Desde então ele vem perdendo espaço, sobretudo nos últimos anos com a chegada de outros processos considerados mais baratos e mais rápidos para a transferência de recursos.
Queda de popularidade
A queda de popularidade, aliás, é comprovada nos números. Informações divulgadas pela Febraban mostram que em 2022 as transações via DOC somaram 59 milhões de operações. O número parece alto, mas representa apenas 3,7% do total de 63,07 bilhões de operações realizadas naquele ano.
O DOC não está atrás apenas do Pix, mas de uma série de outros sistemas de transferência de recursos. Veja o ranking considerando os números divulgados pela Febraban no ano de 2022.
- Pix (24 bilhões);
- cartão de crédito (18,2 bilhões);
- cartão de débito (15,6 bilhões);
- boleto (4 bilhões);
- TED (1,01 bilhão);
- cheques (202,8 milhões);
- DOC (59 milhões).
Além do DOC
Além do DOC, a Febraban também confirmou que vai extinguir em breve as operações da chamada Transferência Especial de Crédito (TEC). São operações feitas exclusivamente por empresas no processo de pagamento de benefícios aos seus funcionários.
Para o presidente da Febraban, Isaac Sidney, o objetivo das mudanças é melhorar a conveniência para os clientes bancários. Ele disse que haverá um ganho no chamado custo-benefício.
“Com o surgimento do PIX e a alta movimentação bancária com menores taxas, tanto a TEC, quando o DOC, deixaram de ser a primeira opção dos clientes, que têm dado preferência ao PIX, por ser gratuito e instantâneo”, disse ele.
“A Febraban e os bancos estão constantemente avaliando a modernização e atualização de todos os meios de pagamentos utilizados no país, a fim de melhorar a conveniência para os clientes”, afirma o presidente da Federação Brasileira dos Bancos.