A ampla adoção das transações instantâneas, impulsionada pela implementação do Pix, tem resultado em um aumento significativo de movimentações bancárias suspeitas e golpes virtuais, gerando prejuízos financeiros para milhares de pessoas. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de cibersegurança Silverguard, cada vítima de fraudes online já enfrentou perdas médias de R$ 3 mil.
A rapidez e praticidade do Pix tornaram-se atrativos não apenas para os consumidores, mas também para criminosos virtuais que exploram brechas na segurança. Diante dessa realidade, muitos brasileiros têm vivenciado a burocracia na restituição dos valores, frequentemente recorrendo ao sistema judiciário para buscar reparação.
Buscando proteger os consumidores diante desse cenário, uma nova vertente de mercado surgiu: conforme destacado em reportagem do portal Extra, bancos e seguradoras passaram a oferecer coberturas específicas contra danos causados por transferências fraudulentas. Essa iniciativa visa proporcionar uma camada adicional de segurança aos usuários.
Seguro para transações via Pix
Com o aumento de golpes virtuais e transações Pix indevidas, a busca por proteção financeira tem levado muitos consumidores a considerar a contratação de seguros específicos para esse fim. Com mensalidades que variam entre R$ 2,90 e R$ 32,90, os valores cobrados dependem do tipo de cobertura escolhido e do valor segurado, sendo este último determinado no momento da compra do seguro.
Carlos Eduardo Silva, membro da Comissão de Afinidades da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), destaca a vantagem dessa modalidade de seguro ao afirmar que “a possibilidade de devolver o equilíbrio financeiro dos clientes que foram lesados” é um dos benefícios primordiais. Ao contratar um seguro para transações, os consumidores buscam uma camada adicional de segurança.
A flexibilidade na definição do montante segurado oferece aos clientes a liberdade de personalizar sua cobertura de acordo com suas necessidades e o grau de proteção desejado. Essa abordagem individualizada visa atender às diversas demandas dos consumidores.
Responsabilidade dos bancos
O crescente interesse na contratação de seguros para transações financeiras levanta debates sobre a responsabilidade das instituições financeiras diante de operações fraudulentas. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) esclarece que a contratação desses seguros não exime a responsabilidade das instituições bancárias em casos de transações irregulares.
Ione Amorim, economista e coordenadora do Programa de Serviços Financeiros do Idec, ressalta que “o banco responde objetivamente pelas operações fraudulentas”, e destaca que já existem decisões judiciais nesse sentido. A especialista argumenta que quem oferece o serviço financeiro deve garantir a segurança do mesmo, reforçando a responsabilidade das instituições em proteger os clientes contra atividades fraudulentas.
“As pessoas contratam seguro para se proteger. E precisam ler muito atentamente as cláusula dos contratos: se o seguro só vai ser pago sob certas condições, o patamar que o ressarcimento alcança…”, afirma Ione Amorim.
Além disso, a especialista aconselha os consumidores a prestarem atenção aos detalhes do contrato de adesão ao seguro, especialmente às condições para o ressarcimento de prejuízos. Isso inclui uma análise cuidadosa dos valores segurados e dos limites de cobertura oferecidos pelo seguro. Essa atenção aos detalhes contratuais é crucial para garantir que os consumidores compreendam plenamente as condições de proteção oferecidas pelo serviço.
Todas as empresas devidamente credenciadas pelo Banco Central podem oferecer seguros específicos para transações via Pix e para operações fraudulentas nos cartões de crédito e débito. Diante da variedade de ofertas disponíveis, é fundamental que os usuários realizem uma análise detalhada das opções de seguro oferecidas pelas empresas autorizadas.