O Banco Central do Brasil (BCB) divulga periodicamente dados importantes sobre as estatísticas fiscais. Confira os resultados fiscais divulgados na data desta publicação, 29 de julho de 2022.
De forma sucinta, o setor público consolidado é formado pelo governo federal, estados, municípios e estatais. Sendo assim, os dados do setor englobam, dentre outros fatores, a Previdência, o Tesouro Nacional e o próprio Banco Central do Brasil (BCB), já que tais fatores compõem o Governo Central.
Na atualização do Banco Central do Brasil (BCB), o setor público consolidado registrou déficit primário de R$33,0 bilhões em maio de 2022, ante déficit de R$15,5 bilhões em maio de 2021.
No Governo Central e nas empresas estatais houve déficits, na ordem, de R$40,0 bilhões e R$307 milhões, e nos governos regionais, superávit de R$7,3 bilhões no mês. Nos doze meses encerrados em maio, o superávit primário do setor público consolidado atingiu R$119,9 bilhões, equivalente a 1,32% do PIB, de acordo com informações do Banco Central do Brasil (BCB). Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$33,0 bilhões em maio de 2022, comparados a R$21,9 bilhões em maio de 2021.
Essa evolução decorreu, em especial, do aumento da taxa Selic no período, mais do que compensando a melhora na trajetória das operações de swap cambial (ganho de R$11 bilhões em maio de 2021 e de R$26,7 bilhões em maio de 2022), explica o Banco Central do Brasil (BCB). No acumulado em doze meses até maio, os juros nominais somaram R$500,5 bilhões (5,51% do PIB), comparativamente a R$295,6 bilhões (3,70% do PIB) nos doze meses até maio de 2021.
De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), o resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$66,0 bilhões em maio de 2022. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$380,6 bilhões (4,19% do PIB), elevando-se 0,26 p.p. em relação ao déficit acumulado até abril de 2022.
A DLSP atingiu 58,8% do PIB (R$5,3 trilhões) em maio, elevando-se 0,5 p.p. do PIB no mês. Esse resultado refletiu o efeito da valorização cambial de 3,9% (aumento de 0,5 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,4 p.p.), dos juros nominais apropriados (aumento de 0,4 p.p.), e do crescimento do PIB nominal (redução de 0,8 p.p.), destaca o Banco Central do Brasil (BCB).
No ano, o aumento de 1,6 p.p. na relação DLSP/PIB foi influenciado pelo efeito da valorização cambial acumulada de 15,3% (aumento de 2,4 p.p.), pelos juros nominais apropriados (aumento de 2,1 p.p.), pelo efeito da variação da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (aumento de 0,9 p.p.), pelo crescimento do PIB nominal (redução de 2,5 p.p.), e pelo superávit primário acumulado (redução de 1,3 p.p.).
A DBGG, que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais, atingiu 78,2% do PIB (R$7,1 trilhões) em maio de 2022, redução de 0,8 p.p. do PIB no mês. Essa evolução decorreu, principalmente, do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 1,0 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,3 p.p.), do efeito da valorização cambial (redução de 0,2 p.p.), e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 p.p.).
Segundo explica o Banco Central do Brasil (BCB), no acumulado no ano, a redução de 2,1 p.p. decorreu do crescimento do PIB nominal (redução de 3,5 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (redução de 1,2 p.p.), do efeito da valorização cambial acumulada (redução de 0,8 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 3,5 p.p.), de acordo com a divulgação oficial.