Nesta quarta-feira (31), o Banco Central (BC) deverá reduzir pela quinta vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira. A expectativa entre os analistas é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC corte em 0,50 ponto percentual (p.p.) a taxa de juros do país.
O encontro do Copom teve início na véspera (30) e, tradicionalmente, dura dois dias. No início da noite de hoje, o comitê deverá informar os novos rumos da política monetária do país, revelando a decisão sobre a taxa de juros na primeira reunião de 2024.
Caso a previsão de corte de meio ponto percentual se confirme, a Selic passará de 11,75% para 11,25% ao ano. Essa será a quinta redução de 0,5 p.p. nos últimos meses, já que o Copom promoveu cortes dessa magnitude nas quatro últimas reuniões, entre agosto e dezembro do ano passado.
A redução de meio ponto percentual é a principal aposta entre os economistas do mercado financeiro. Inclusive, os analistas acreditam que a taxa Selic encerrará 2024 a 9,75% ao ano.
O principal objetivo do Copom ao reajustar a Selic é impactar a inflação no país. Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. Como consequência, desaquece a economia do país, limitando o avanço da chamada “inflação por demanda”.
Quando a Selic sobe, encarece o crédito, reduzindo a busca das pessoas por empréstimos. Dessa forma, o consumo tende a diminuir, uma vez que a população passa a ter menos dinheiro em mãos.
Como a demanda diminui, os preços começam a cair, desacelerando a inflação, mas isso só acontece com o tempo. Inclusive, o BC elevou 12 vezes consecutivas a taxa de juros no Brasil entre 2021 e 2022, fazendo a taxa Selic atingir o maior patamar desde 2016. Esse foi o maior ciclo de alta de juros da história do país.
O Copom sempre toma muito cuidado para definir a taxa de juros no Brasil, pois essa decisão não provoca impactos imediatos na economia brasileira. Na verdade, a taxa Selic pode durar de seis a 18 meses para impactar a economia, afetando a inflação no país.
Portanto, o comitê leva em consideração a meta da inflação no Brasil em 2024, bem como os primeiros meses de 2025. Em síntese, uma inflação controlada traz diversos benefícios para a economia brasileira, como:
Em 2023, a inflação perdeu força no país. Inclusive, os analistas estão bastante otimistas com os indicadores econômicos do país em 2024, reduzindo as estimativas para a taxa inflacionária neste ano. Por isso que a expectativa é que o Copom reduza a taxa de juros nesta semana.
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Diante desse dado, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país.
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação, mas essa taxa pode variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Isso quer dizer que a inflação terá sido cumprida se ela variar entre 1,50% e 4,50% em 2024, mesmo que não alcance a meta central de 3,00%. Segundo os dados mais recentes, os analistas do mercado financeiro acreditam que o Brasil terá uma inflação de 3,81% em 2023.
Caso isso se confirme, o país conseguirá cumprir a meta da inflação pela segundo ano consecutivo. Isso porque o país cumpriu a meta da inflação no ano passado, algo que não aconteceu nos dois anos anteriores, principalmente por causa dos gastos feitos pelo governo federal para combater os impactos da pandemia da covid-19.
Como a taxa inflacionária vem desacelerando com a atual taxa de juros no Brasil, a expectativa é que o Copom mantenha a redução de meio ponto percentual em mais algumas reuniões deste ano.
Por fim, os analistas do mercado financeiro acreditam que os juros irão encerrar 2024 a 9,00% ao ano. A taxa é bastante elevada e mostra que o Copom não deverá manter as reduções de meio ponto percentual em todas as suas reuniões no ano que vem.