O Banco Central anuncia transformações substanciais no sistema de parcelamento de compras via cartão de crédito. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresentou uma proposta que poderá impactar significativamente a maneira como os consumidores parcelam suas compras.
Banco Central anuncia mudanças significativas no parcelamento de compras feitas no cartão de crédito
Essa iniciativa faz parte de uma série de alterações que o BC tem implementado nos meios de pagamento do país. Entenda as mudanças propostas e seu possível impacto na rotina do consumidor final.
A proposta de mudança
Na última segunda-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reuniu-se com representantes do comércio, bancos, fintechs e empresas de maquininhas de cartões. De acordo com informações da revista Exame, Campos Neto propôs as seguintes alterações:
Criação de um limite
Essa mudança visa controlar a extensão do parcelamento, limitando-o a 12 vezes, o que pode influenciar as decisões de compra dos consumidores.
Estabelecimento de um teto
Isso implica que haverá um limite para a taxa de intercâmbio, que é a taxa paga pelo vendedor para a empresa responsável pela maquininha, o banco emissor do cartão e a bandeira. Desse modo, definir um teto pode ter implicações diretas nos custos das empresas e, por conseguinte, nos preços ao consumidor.
Redução das taxas de juros
Uma redução nos juros rotativos pode beneficiar os consumidores que, por qualquer motivo, não conseguem pagar o valor total de sua fatura no vencimento.
Em suma, isso pode representar economia significativa para muitos brasileiros. Para entender completamente o impacto dessas mudanças, é essencial compreender o funcionamento das cobranças no cartão de crédito.
Como funcionam as cobranças no cartão de crédito?
Para compreender as mudanças propostas pelo Banco Central, é fundamental entender o funcionamento das cobranças no cartão de crédito. Em resumo, o sistema é bastante complexo, mas pode ser resumido da seguinte forma:
Quando uma venda é realizada por meio de cartão de crédito, o estabelecimento comercial paga uma taxa sobre o valor recebido, conhecida como MDR (Merchant Discount Rate).
Por conseguinte, essa taxa é distribuída entre três partes: a empresa responsável pela maquininha de cartão, o banco emissor do cartão e a bandeira (Visa, Mastercard, etc.).
A empresa que fornece a maquininha de cartão recebe a taxa integralmente e, posteriormente, repassa parte dela ao banco emissor e à bandeira do cartão. Essa parte que vai para o banco emissor e a bandeira é o que chamamos de taxa de intercâmbio.
Portanto, as mudanças propostas pelo Banco Central, como o limite de parcelamento e o teto para a tarifa de intercâmbio, têm o potencial de afetar profundamente as dinâmicas de pagamento com cartão de crédito no Brasil.
O impacto das mudanças propostas
Embora as propostas do Banco Central sejam direcionadas especificamente ao parcelamento de compras com cartão de crédito, ainda não está claro se essas mudanças afetarão todas as transações realizadas com cartão de crédito.
Desse modo, o limite de parcelamento em 12 vezes pode influenciar o comportamento de compra dos consumidores, limitando a extensão de seus pagamentos a prazos mais curtos.
Por outro lado, o estabelecimento de um teto para a tarifa de intercâmbio pode ter implicações diretas nos custos dos estabelecimentos comerciais, o que, por sua vez, pode influenciar os valores dos produtos e serviços oferecidos ao cliente final.
Além disso, a redução das taxas de juros rotativos do cartão de crédito pode aliviar o ônus financeiro daqueles que precisam recorrer a esse tipo de crédito, tornando o sistema mais acessível e menos oneroso.
Portanto, as mudanças propostas pelo Banco Central têm o potencial de impactar positivamente tanto os consumidores quanto as empresas, mas também podem gerar ajustes e desafios no sistema financeiro e no setor de comércio.