A balança comercial brasileira encerrou abril deste ano com um superávit de US$ 8,224 bilhões. Esse valor ficou praticamente estável em relação ao montante registrado no mesmo mês de 2022, quando o saldo positivo chegou a US$ 8,226 bilhões.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou os dados da balança comercial nesta semana. A propósito, a série histórica teve início em 1989, ou seja, há mais de 33 anos.
Embora o resultado tenha se ficado estável em relação a 2022, o superávit superou expressivamente o resultado dos últimos anos, com exceção de 2021, quando o valor bateu recorde para a balança comercial em meses de abril.
Aliás, veja abaixo o desempenho da balança comercial brasileira em meses de abril nos últimos anos:
- 2016: US$ 4,423 bilhões;
- 2017: US$ 6,024 bilhões;
- 2018: US$ 5,024 bilhões;
- 2019: US$ 4,426 bilhões;
- 2020: US$ 6,162 bilhão;
- 2021: US$ 9,963 bilhão;
- 2022: US$ 8,226 bilhões;
- 2023: US$ 8,224 bilhões
De acordo com a pasta, o superávit observado no mês passado resulta da subtração das exportações pelas importações. Os volumes registrados em abril foram os seguintes:
- Exportações somaram US$ 27,36 bilhões;
- Importações somaram US$ 19,14 bilhões.
No mês passado, as exportações caíram 0,3% em comparação ao mesmo mês de 2022. Da mesma forma, as importações também recuaram nessa base comparativa, mas de maneira mais significativa (-2,6%). Com isso, a balança comercial encerrou o mês com um superávit bastante expressivo.
Em resumo, o país registra superávit comercial quando as exportações superam as importações. Em contrapartida, quando as importações são superiores, tem-se déficit comercial.
Exportações e importações recuam
Segundo o MDIC, as exportações, pela média diária, caíram 0,3% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2022. A saber, as exportações de dois dos três segmentos encolheram no mês passado, mas o único avanço conseguiu manter a média nacional praticamente estável em relação a 2022.
Confira abaixo os dados das exportações brasileiras em abril:
- Indústria de transformação: US$ 13,05 bilhões (-6,3%);
- Agropecuária: US$ 8,86 bilhões (+13,7%);
- Indústria extrativa: US$ 5,23 bilhões (-6,6%).
O MDIC também revelou que os principais parceiros comerciais do Brasil seguiram trajetórias opostas no volume de exportações em abril:
- China, Hong Kong e Macau: US$ 9,36 bilhões (+5,3%);
- União Europeia: US$ 3,46 bilhões (-12,2%);
- Estados Unidos: US$ 2,57 bilhões (-7,6%);
- Argentina: US$ 1,66 bilhão (+38,3%).
O volume das importações brasileiras também encolheu em abril, na comparação anual. Em suma, isso aconteceu devido à queda nas compras da indústria de transformação e da agropecuária, apesar do crescimento das importações da indústria extrativa.
Confira os números das importações destes setores no mês passado:
- Indústria de transformação: US$ 17,01 bilhões (-3,9%);
- Indústria extrativa: US$ 1,62 bilhão (+20,1%);
- Agropecuária: US$ 350 milhões (-23,5%).
Além disso, os principais parceiros comerciais do Brasil seguiram trajetórias inversas em fevereiro:
- China, Hong Kong e Macau: US$ 3,93 bilhões (+2,8%);
- União Europeia: US$ 3,67 bilhões (+17,0%);
- Estados Unidos: US$ 3,26bilhões (-21,4%);
- Argentina: US$ 890 milhões (-8,8%).
O diretor do Departamento de Planejamento e Inteligência Comercial da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Herlon Brandão, disse que “a média diária das exportações desse ano está muito semelhante a do ano passado”.
“Em geral, os dados registrados caminham dentro da nossa expectativa para o ano de 2023 que é uma exportação muito semelhante à do ano passado mas com uma pequena redução em virtude de preços menores”, explicou Brandão.
Entenda a queda das exportações em abril
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) os itens exportados pelo Brasil que geraram os maiores volumes financeiros em abril foram:
- Soja: US$ 7,75 bilhões;
- Óleos brutos de petróleo: US$ 2,57 bilhões;
- Minério de ferro: US$ 2,17 bilhões;
- Farelos de soja e outros alimentos para animais: US$ 948,8 milhões.
Em abril, a queda das exportações na agropecuária ocorreu, principalmente, pela queda nas vendas dos seguintes produtos:
- Milho não moído, exceto milho doce (-33,1%);
- Café não torrado (-19,0%);
- Algodão em bruto (-60,9%).
No caso da indústria extrativa, os destaques negativos foram:
- Minério de ferro e seus concentrados (-8,2%);
- Linhita e turfa (-29,1%);
- Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (-10,0%).
Já em relação à indústria de transformação, os maiores recuos nas vendas para o exterior vieram de:
- Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (-42,9%);
- Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (-45,0%);
- Ouro, não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados) (-45,8%).
Principais parceiros do Brasil
Por fim, a China continuou como o principal parceiro comercial do Brasil em abril. Em suma, as exportações para o país asiático superaram as importações em US$ 5,37 bilhões no mês passado.
Da mesma forma, a Argentina registrou superávit comercial no mês passado (US$ 775,78 milhões), bem como o Mercosul (US$ 967,59 milhões), Coreia do Sul (US$ 202,58 milhões)
Em contrapartida, as importações dos Estados Unidos superaram as exportações em abril na ordem de US$ 686,96 milhões. Também houve déficit comercial em relação às transações realizadas com Rússia (-US$ 603,77 milhões), México (-US$ 374,12 milhões), União Europeia (-US$ 210,44 milhões) e Canadá (-US$ 61,79 milhões).