Economia

Balança comercial MAIOR superávit de janeiro em 17 anos

balança comercial brasileira encerrou janeiro deste ano com um superávit de US$ 2,72 bilhões. A saber, esse é o melhor resultado para meses de janeiro em 17 anos. Antes deste desempenho, o melhor número havia sido registrado em 2006, quando houve um superávit de US$ 2,72 bilhões.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os dados na semana passada. A propósito, a série histórica teve início em 1989.

Também vale destacar que a balança comercial brasileira teve o primeiro resultado positivo para meses de janeiro em cinco anos. Isso porque a última vez que o país registrou superávit comercial no primeiro mês do ano foi em 2018 (US$ 1,655 bilhão).

Após este resultado, os meses de janeiro registraram apenas déficit: 2019 (-US$ 815 milhões), 2020 (-US$ 2,76 bilhões), 2021 (-US$ 219 milhões) e 2022 (-US$ 58 milhões).

De acordo com a pasta, o superávit observado no mês passado resulta da subtração das exportações pelas importações. Aliás, veja abaixo os volumes registrados em janeiro:

  • Exportações: somaram US$ 23,14 bilhões;
  • Importações: somaram US$ 20,42 bilhões.

No mês passado, as exportações cresceram 11,7%, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Por outro lado, as importações caíram 1,7% na base anual. Com isso, o superávit comercial ficou bem expressivo no mês passado.

Em resumo, o país registra superávit comercial quando as exportações superam as importações. Em contrapartida, quando as importações são superiores, tem-se déficit comercial.

Exportações batem novo recorde

Segundo o MDIC, as exportações, pela média diária, bateram um novo recorde no país, somando US$ 1,05 bilhão. A saber, os três principais setores fecharam o mês com saldo positivo, registrando crescimento na comparação com o mês anterior.

Confira abaixo os dados das exportações brasileiras em janeiro:

  • Agropecuária: US$ 3,64 bilhões (+4,6%);
  • Indústria extrativa: US$ 5,44 bilhões (+22,3%);
  • Indústria de transformação: US$ 13,94 bilhões (+9,9%).

O MDIC também revelou que os principais parceiros comerciais do Brasil também registraram crescimento no volume de exportações em janeiro:

  • Argentina: US$ 1,06 bilhão (+6,7%);
  • China, Hong Kong e Macau: US$ 5,25 bilhões (+10,8%);
  • Estados Unidos: US$ 2,68 bilhões (+16,6%);
  • União Europeia: US$ 3,74 bilhões (+26,3%).

Já no caso das importações, o volume em janeiro recuou, na comparação anual. Isso aconteceu, principalmente, devido à indústria extrativa, que fechou o mês em queda, apesar do avanço das importações nos outros dois setores. Aliás, veja os dados das importações brasileiras em janeiro:

  • Agropecuária: US$ 500 milhões (+31,1%);
  • Indústria extrativa: US$ 1,64 bilhão (-36,1%);
  • Indústria de transformação: US$ 18,20 bilhões (+4,0%).

Além disso, os principais parceiros comerciais do Brasil registraram queda no volume das importações brasileiras em janeiro, ajudando a enfraquecer os números no mês. Confira os números de cada um deles:

  • Argentina: US$ 820 milhões (-1,3%);
  • China, Hong Kong e Macau: US$ 4,67 bilhões (-14,3%);
  • Estados Unidos: US$ 3,11 bilhões (-27,3%);
  • União Europeia: US$ 4,04 bilhões (+31,2%).

Veja os destaques de vendas em janeiro

Em janeiro, os principais itens vendidos pelo Brasil para o exterior foram:

  • Óleos brutos de petróleo: US$ 3,28 bilhões
  • Milho não moído: US$ 1,84 bilhão
  • Minério de ferro: US$ 1,78 bilhão
  • Óleos combustíveis: US$ 1,06 bilhão
  • Açúcares e melaços: US$ 912 milhões

“A expansão das exportações foi puxada, principalmente, pelo crescimento nas vendas dos seguintes produtos: arroz com casca, paddy ou em bruto (258,6%), milho não moído, exceto milho doce (163%) e sementes oleaginosas de girassol, gergelim, canola, algodão e outras (732,3%) na agropecuária”, disse o MDIC.

Em relação à indústria extrativa, os destaques foram minérios de cobre e seus concentrados (129,5%) e óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (45,6%).

Por sua vez, na indústria de transformação, os principais destaques foram carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas (35,8%), açúcares e melaços (67,5%) e aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes (364,4%).

Do lado das quedas, os destaques da agropecuária foram café não torrado (-9,3%), soja (-61,1%) e algodão em bruto (-41,5%). Já na indústria extrativa, as quedas mais importantes vieram de minério de ferro e seus concentrados (-12,2%), minérios de alumínio e seus concentrados (-62,8%) e linhita e turfa (-47,3%).

Na indústria de transformação, os destaques negativos foram: produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (-11,1%), produtos laminados planos de ferro ou aço não ligado, não folheados ou chapeados, ou revestidos (-80,6%) e produtos laminados planos de ferro ou aço não ligado, folheados ou chapeados, ou revestidos (-81,3%).

Principais parceiros do Brasil

Por fim, os principais parceiros comerciais do Brasil em janeiro foram:

  • China: US$ 5,15 bilhões;
  • EUA: US$ 2,68 bilhões;
  • Argentina: US$ 1,05 bilhão;
  • Países Baixos: US$ 1,04 bilhão;
  • Singapura: US$ 811 milhões;
  • Espanha: US$ 664,9 milhões;
  • Japão: US$ 658,7 milhões;
  • Chile: US$ 547,2 milhões;
  • Coreia do Sul: US$ 524 milhões;
  • Alemanha: US$ 514,25 milhões.

Vale destacar o avanço de Espanha, único país do top dez que havia ficado de fora desse grupo em janeiro de 2022, na 11ª posição. Por outro lado, a queda mais intensa foi registrada pelo Chile, que estava na quinta posição no primeiro mês do ano passado.