O candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) detalhou nesta terça-feira (30), a sua proposta de criação de um novo auxílio permanente de R$ 1 mil para famílias em situação de vulnerabilidade. De acordo com ele, o projeto será chamado de Eduardo Suplicy e começará a ser pago em 2023, considerando que o pededista seja eleito este ano.
De acordo com o candidato, a proposta é pagar o benefício não apenas para as pessoas que estão em situação de extrema-pobreza. Em vídeo publicado nas redes sociais, Ciro disse que a ideia é depositar o dinheiro nas contas de todos os brasileiros que possuem uma renda per capita de até R$ 417 por família.
Segundo o candidato, o plano visa depositar R$ 1 mil de forma permanente mesmo nos casos dos cidadãos que possuem algum emprego formal, mas que tenham uma renda per capita dentro das exigências. Assim, é possível que mesmo pessoas que não recebem hoje nenhum programa social, passem a receber o saldo a partir de 2023.
Para fazer uma comparação, podemos citar as regras da atual versão do Auxílio Brasil. Hoje, o programa social do Governo Federal atende pessoas que possuem uma renda per capita de até R$ 210. São apenas brasileiros que estão em situação de extrema-pobreza. Cidadãos em condição de pobreza também podem receber desde que residam com uma gestante ou ao menos um menor de 21 anos.
Hoje, o Auxílio Brasil do Governo Federal atende pouco mais de 20 milhões de pessoas. Ciro Gomes não explicou quantos indivíduos poderiam receber o novo benefício de R$ 1 mil. Entretanto, é possível afirmar que os números seriam maiores, o que poderia ocasionar mais gastos públicos. E isto exigiria que a União indicasse novas fontes de custeio.
Tentando explicar como vai conseguir pagar um auxílio maior, mesmo num cenário de crise econômica, o candidato diz que poderá taxar os “super ricos”. De acordo com ele, a ideia é pegar a quantia apenas dos que têm uma fortuna de mais de R$ 50 milhões.
“O programa de renda mínima Eduardo Suplicy não vem para concorrer com o salário mínimo, mas sim para complementar a renda das famílias”, disse Ciro Gomes em suas redes sociais nesta última terça-feira (30).
“Um operário da construção civil que ganha um salário mínimo e tem a mulher desempregada e dois filhos, ele ganha o salário mínimo, mas tem quatro bocas pra dividir esse salário, o que dá 200 reais por cabeça. O que vou fazer é aumentar para 417 reais por pessoa”, disse ele.
Ciro Gomes não é o único candidato a se comprometer a fazer mudanças no programa Auxílio Brasil. Nas últimas semanas, vários postulantes ao Palácio do Planalto começaram a fazer promessas de alterações nesta direção.
Um deles, por exemplo, é o ex-presidente Lula (PT). Sua campanha já se comprometeu a manter o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil em 2023, e a criar um adicional de R$ 150 por filhos menores de seis anos de idade. O petista também vem prometendo pagar o valor dobrado para as mães solo.
O presidente Jair Bolsonaro também afirma que deve manter o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 em 2023, e garante que a manutenção acontecerá dentro dos limites de responsabilidade fiscal.