Há cerca de um mês, o Presidente Jair Bolsonaro prometeu que iria criar um novo Auxílio específico para os caminhoneiros. De acordo com o chefe do executivo, a ideia era mesmo usar a PEC dos Precatórios para pagar o benefício mensal de R$ 400 para cerca de 750 mil profissionais que trabalham pelas estradas no Brasil.
Só que desde esta declaração, que foi feita ainda no início de outubro, o assunto foi esfriado. Membros do próprio Palácio do Planalto evitaram falar sobre o assunto e até aqui não há nenhuma indicação de que o programa vai mesmo sair do papel. Há quem diga, aliás, que o Palácio do Planalto poderia estar desistindo do plano.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, membros do Governo Federal estão avaliando que pagar esse programa pode não ser uma boa ideia. E eles estariam apontando dois motivos para isso. O primeiro é a questão da falta de espaço dentro do orçamento para o ano de 2022. Pelo menos essa é a projeção.
É que mesmo que a PEC dos Precatórios seja aprovada, o Governo Federal ainda vai ter pouco espaço dentro do teto de gastos. Se pagar o Auxílio Brasil de R$ 400 e colocar em prática a desoneração da folha de pagamentos, vai sobra espaço apenas de R$ 1,1 bilhão. Parece muito, mas em termos orçamentários isso é bem pouco.
Além disso, parte do Governo avalia que a maioria dos caminhoneiros não gostou da ideia deste benefício. Eles acreditam que a situação não vai ser resolvida com a ajuda de um auxílio de R$ 400 por mês. Boa parte deles está querendo mesmo é uma mudança na política de preços da Petrobras, algo que Bolsonaro já disse que não vai fazer.
Além disso, o Governo avalia que além dos caminhoneiros, outros grupos também não gostaram nada da criação deste benefício. Quem fazia parte do Auxílio Emergencial, por exemplo, reclamou muito nas redes sociais.
Boa parte desses usuários questionaram a criação desse programa para os caminhoneiros justamente em um momento em que o Auxílio Emergencial estava chegando ao fim. Toda essa pressão pode fazer o Governo voltar atrás.
O que se sabe mesmo é que o Auxílio Brasil segue. Na verdade, o programa que está substituindo o Bolsa Família começou a fazer os seus pagamentos ainda na semana passada. Seis grupos já receberam o primeiro repasse.
De acordo com o Governo Federal, esse programa deve seguir independente de qualquer coisa. Nesta terça-feira (23), o líder do Palácio do Planalto no Senado, o Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) disse que os pagamentos turbinados devem começar antes mesmo do natal.
O fato, no entanto, é que o Governo Federal está sendo muito criticado por essas indefinições nos seus programas. Nas redes sociais, muita gente critica a falta de informações sobre cada um desses projetos.
Não se sabe neste momento quais auxílios realmente sairão do papel em dezembro. Neste momento, o cenário é de incertezas para milhões de brasileiros que estão passando por necessidades em um cenário de alta inflação e poucos empregos.