Cerca de 22 milhões de usuários do Auxílio Emergencial irão perder o benefício a partir do próximo mês de novembro. Esse número, aliás, pode chegar a ser de 25 milhões. Pelo menos foi isso o que disse o próprio Ministro da Cidadania, João Roma, em entrevista há cerca de duas semanas.
Mas quem são essas pessoas? De acordo com informações do Ministério da Cidadania, algo em torno de 35 milhões de brasileiros recebem o Auxílio Emergencial neste momento. Este número inclui cerca de 9 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Todos os outros são cidadãos que se inscreveram pelo aplicativo, ou que entraram pelo Cadúnico.
Há outra informação importante aqui. É que, de acordo com membros do próprio Governo Federal, a nova versão do Bolsa Família vai atingir cerca de 17 milhões de pessoas. Portanto, podemos chegar à conclusão de que não tem vaga pra todo mundo. Milhões de usuários do Auxílio Emergencial ficarão sem nada a partir de novembro.
Ainda não se sabe ao certo quem são as pessoas que ficarão de fora do novo Bolsa Família. Mas considerando-se que não há vaga para todo mundo é natural que se imagine que aqueles que possuem uma renda per capita mais alta não consigam entrar no benefício. Pelo menos essa é a expectativa até aqui.
Como são apenas 17 milhões de vagas, é de se imaginar que os atuais 14,4 milhões de usuários do programa seguirão nele normalmente. Além deles, o Governo deverá inserir também os quase 2 milhões que estão neste momento na fila de espera. Isso já faz o número subir para cerca de 16,4 milhões de vagas preenchidas.
25 milhões
Tudo isso significa dizer portanto que dos 35 milhões de usuários do Auxílio Emergencial, podemos excluir aí os 9 milhões que são naturais do Bolsa Família. Sobram portanto 26 milhões de pessoas que não sabem se irão receber o benefício a partir de novembro.
Entende-se que mesmo com poucas vagas, pelo menos uma pequena parcela dos indivíduos que estão recebendo o Auxílio Emergencial consigam entrar no novo Bolsa Família. Mas é preciso frisar mais uma vez que são poucas vagas.
Pelas contas do Ministério da Cidadania, nós estamos falando de 25 milhões de pessoas. São portanto brasileiros que deverão ficar sem nada justamente em um momento de aumento do preço da gasolina, da conta de luz, do botijão de gás e da cesta básica.
Prorrogação poderia ser solução
Uma solução para esse problema parecia ser meio óbvia neste momento. Imaginou-se que o Governo Federal poderia prorrogar o Auxílio Emergencial por mais alguns meses. Membros do Palácio do Planalto chegaram a falar em esticar os pagamentos até o final do próximo ano.
No entanto, isso não vai acontecer. Em entrevista recente, o próprio Ministro João Roma admitiu que o Auxílio Emergencial não vai mais ser prorrogado. Ele não disse se o Governo tem algum plano para esses 25 milhões que ficarão sem nada.
Ele se limitou a dizer que o Auxílio Emergencial gastou mais de R$ 300 bilhões e que isso já seria uma vitória. Em entrevista para uma rádio do Mato Grosso do Sul nesta segunda-feira (25), o Presidente Jair Bolsonaro disse que não tem mais como prorrogar o programa