Internamente, o Palácio do Planalto fechou questão em torno de uma prorrogação do Auxílio Emergencial por mais dois meses. Pelo menos é isso o que diz a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, nesta quinta-feira (3).
De acordo com a coluna, membros do Governo Federal nem discutem mais o tema e só estão esperando o momento certo para fazer o anúncio. Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, o Auxílio Emergencial teria pagamentos até o próximo mês de julho.
Caso a prorrogação se confirme, então o Governo esticaria os repasses desse Auxílio até o mês de setembro. Logo depois, o Planalto começaria os pagamentos do novo Bolsa Família. No entanto, nada disso é ainda oficial. É apenas muito provável que aconteça.
O Governo Federal vinha realizando uma série de reuniões para discutir o que faria com o Auxílio Emergencial nos próximos meses. Uma ala do Planalto, por exemplo, preferia adiantar logo o novo Bolsa Família para o próximo mês de agosto, deixando o atual benefício emergencial sem qualquer tipo de prorrogação.
Aparentemente, no entanto, a pressão do Congresso Nacional vem surtindo efeito dentro do Governo. É que de acordo com informações de bastidores, membros do grupo político conhecido como Centrão estavam pressionando o Presidente Jair Bolsonaro para que ele anunciasse uma prorrogação do programa.
Prorrogação do Auxílio
Caso a informação do jornalista se confirme, então vai acontecer justamente aquilo que o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), queria que acontecesse. Em entrevista nesta semana, ele disse que o ideal seria prorrogar o Auxílio por um ou dois meses.
De acordo com Pacheco, essa seria uma maneira de amparar parte da população sem comprometer muito os gastos públicos. É que outra ala do Congresso estava pedindo por uma prorrogação maior do benefício. Algumas pessoas queria que os pagamentos acontecessem até, pelo menos, o próximo mês de novembro.
Mesmo com a possível e provável prorrogação, os valores do benefício não irão mudar. Seguem sendo parcelas de montantes que variam entre R$ 150 e R$ 375. Mesmo com muita pressão de vários setores da sociedade, o Governo Federal alega que não pode aumentar esse dinheiro.
Bolsonaro
Essa possível confirmação de uma prorrogação também coloca o próprio Presidente Jair Bolsonaro em uma situação inusitada. É que ele próprio criticou duramente as pessoas que estão pedindo por mais meses de pagamentos do programa. Ele chegou a pedir para que esses brasileiros tirem um empréstimo em um banco.
“Nós gastamos em 2020 com auxílio emergencial o equivalente a 10 anos de Bolsa Família. E tem gente criticando, falando que quer mais. Como é endividamento por parte do governo, quem quer mais é só ir no banco e fazer empréstimo”, disse o Presidente.
Recentemente, Bolsonaro disse também que os valores médios do novo Bolsa Família serão de R$ 250. Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, essa média de repasses é de R$ 190. Então dá para dizer que teríamos um aumento nesses valores no segundo semestre deste ano.