No fim de julho, o Banco Central (BC) havia divulgado que lançaria uma nova cédula em território nacional, a nota de R$ 200. Quando foi anunciada, a novidade pegou os brasileiros de surpresa e a nota, que tem o lobo-guará estampado, virou alvo de polêmicas e piadas nas redes sociais.
De acordo com a revista Época, entretanto, a novidade não foi surpresa para alguns funcionários da Casa da Moeda e do Banco Central. O layout inicial dessa nova cédula, de acordo com a revista, foi preparado já em 2010. Entretanto, nessa época não havia necessidade de ser lançada uma nova cédula no mercado. O layout inicial foi feito para o caso da ocasião surgir.
A ocasião foi a pandemia. Um dos efeitos da pandemia do novo coronavírus foi o desequilíbrio na circulação do papel-moeda no Brasil. Com os brasileiros mais inseguros e com medo do futuro da economia, foi mais comum que começassem a guardar dinheiro em espécie em casa, tirando cédulas de circulação.
O outro fator para a criação da nota de R$ 200 foi o auxílio emergencial. O programa emergencial criado pelo governo aumentou a demanda por dinheiro vivo, já que muitos beneficiários optaram por fazer o saque em espécie. A projeção inicial era de R$ 301 bilhões no valor total de papel-moeda em circulação; o número chegou a R$ 342 bilhões neste ano.
Segundo a revista Época, ao notar a situação, o BC tentou prevenir uma possível falta de cédulas solicitando que a Casa da Moeda acelerasse a criação de cédulas já existentes. Ao notar que não havia a capacidade de produção necessária, foram procuradas impressoras internacionais.
A terceira opção foi a criação da cédula de maior valor, que conseguiria atender a população com um número menor de cédulas impressas.
O tempo de produção das cédulas de R$ 200 foi recorde: dois meses. Normalmente, há o período entre dois e três anos para criação de uma nova cédula.