Paulo Guedes, ministro da economia, disse que o Auxílio Emergencial terá que ser substituído por um programa sustentável, que pode ser uma categoria de Bolsa Família ou um Renda Brasil fortalecido. A afirmação foi feita nesta terça-feira (4), em que o ministro também defendeu um valor acima de 170 reais para o benefício.
“Mas talvez não sei se vamos chegar aos 600 (reais)”, disse Guedes durante audiência pública de um conjunto de comissões da Câmara dos Deputados.
Ele afirmou que, eventualmente, o Brasil pode implementar um programa de erradicação da pobreza. Segundo o ministro, o programa seria financiado através de recursos obtidos pela venda de empresas estatais, com duração de “quatro, cinco anos”.
Seguindo essa ideia, isso teria de ocorrer num futuro próximo para tentar reparar os danos causados pela pandemia de coronavírus. O Auxílio Emergencial funciona de maneira imediata, porém os impactos da crise que se vive vão refletir nas famílias brasileiras por um longo período.
“Isso terá que ser um esforço conjunto, isso é um Congresso inteiro, uma PEC, é algo que nós temos que pensar juntos”, afirmou Guedes.
Paulo Guedes dá declaração positiva sobre o PT
Em uma alegação um tanto quanto surpreendente, Guedes elogiou o governo petista. Devido ao impacto social obtido através do Bolsa Família, que teria ajudado milhões de brasileiros que viviam na miséria, o ministro afirma que as reeleições do Partido dos Trabalhadores foram merecidas.
“Ele (PT) teve realmente a belíssima iniciativa de fazer um programa de transferência de renda importante, ganhou quatro eleições seguidas merecidamente porque fez a transferência de renda para os mais frágeis, um bom programa que envolvia poucos recursos e tinha altíssimo impacto social”, disse Paulo Guedes.
Quando questionado pelos parlamentares sobre a necessidade do Governo Federal de auxiliar as famílias de baixa renda, o ministro respondeu que o próprio PT não adotou um valor de R$ 600 para o Bolsa Família, pois não contava com uma situação estável e sustentável nas finanças.
“O Auxílio Emergencial, em uma situação de emergência, a gente consegue de repente durante um ano dar os 600 (reais), agora, ele é de natureza diferente. Uma coisa é o Bolsa Família, outra coisa é o Auxílio Emergencial, o Bolsa Família é para sempre, então ele tem que ter um financiamento estável”, afirmou Guedes.
Saiba mais sobre o Auxílio Emergencial
O Auxílio Emergencial é um suporte financeiro fornecido pelo governo federal, com o intuito de ajudar as pessoas que ficaram mais vulneráveis à crise causada pela pandemia da covid-19.
O benefício foi oferecido no ano de 2020, e na época foi constituído de 5 parcelas com valor entre R$300 e R$600. Agora está sendo aplicado novamente, porém com valor e número de beneficiários reduzidos.
Apesar disso, neste ano serão quatro parcelas de R$250, com duas exceções: mulheres chefe de famílias, que receberão R$375, e quem mora sozinho receberá apenas R$150.
Podem receber o Auxílio Emergencial neste ano, famílias com renda máxima total de até R$3.300 (três salários mínimos), com a renda per capita não podendo passar de R$550 (meio salário mínimo). A primeira parcela do auxílio em 2021 está sendo paga conforme a data de nascimento. Em tese, até dia 17 deste mês todos a receberão.